terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Miséria pouca é bobagem




Gerson Tavares


Sempre que o governo fala que a miséria "bateu em retirada", fico pensando como é possível isso ser verdade se quando ando pelas ruas das cidades vejo miseráveis esmolando, com crianças e velhos maltrapilhos passando sem rumo.

Mas pela primeira vez me vejo obrigado a dar a mão à palmatória. Dilma Rousseff falou eu até acreditei, pelo modo como ela colocou, que a classe E, que é a base da pirâmide social, representa menos de 1% dos 49 milhões de “domicílios” existentes no País.

Isso significa que o número das “residências” de brasileiros em situação de pobreza extrema teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas. Em números exatos, segundo os cálculos do estudo IPC-Maps, feito pela IPC Marketing, consultoria especializada em avaliar o potencial de consumo, 404,9 mil ou 0,8% dos “lares” são hoje de classe E.

Em 1998, a classe E reunia 13% dos “domicílios”, é o indica o estudo baseado em dados do IBGE.

Estes são dados atualizados segundo um modelo desenvolvido pela consultoria, que leva em conta a pesquisa do Ibope Mídia sobre a distribuição socioeconômica dos “domicílios”, projeções de crescimento da população e da economia, entre outros indicadores.

Os “lares” são classificados segundo o Critério Brasil, da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), que leva em conta a posse de bens e o nível de escolaridade do chefe da família.

Agora sim eu aceito o resultado da pesquisa. Eles não pesquisam por “cidadão” e sim por “residência”.

Quem mora na rua não entra na pesquisa e assim, como muitos migraram dos "casebres" para as calçadas, areia das praias e tubulões de esgoto, milhares e milhares de miseráveis estão agora fora da pesquisa.

Quer saber dona Dilma, “vai enganar o canário!”

5 comentários:

Franklin do Valle disse...

Se é como você está falando, que contam pelas casas e não pelos miseráveis, aí a Dilma está falando a verdade, porque hoje os miseráveis estão morando pelas ruas.
A Dilma precisa vir a São Paulo e passar pela região da Luz, no centro de São Paulo, e ver o que tem de miserável espalhado pelas calçadas.
E eu imagino que isso está acontecendo em todas as cidades.
Mas para eles, isso não não é mais gente, é 'indigente'.
São Paulo

Maciel Loureiro disse...

A Dilma sabe que se quiserem reeditar 'Os Miseráveis' o Brasil é um bom cenáriuo com elenco cativo e nativo.
Ela tira essa onda toda porque aui tem um povo 'babaca'.
Salvador

Jorge Santos Dumas disse...

Para Lula, que falava, e Dilma, que hoje fala, fica muito fácil dizer que a miséria acabou, mas eu convido não só os dois, mas muitos que vivem em castelados para sentirem a realidade das ruas das cidades brasileiras. Passem pelos centros das grandes cidades nas madrugadas e vejam que vocês, ao passarem nas calçadas, estão invadindo os quartos de brasileiros que agora já nã entram mais nas contas dos miseráveis. ele vivem pelas ruas, dormem, fazem suas necessidades, têm relações íntimas e comem como animais abandonados.
Isso é miséria, senhora presidenta. Acorda e vem ver o que é a realidade do país.
Rio de Janeiro

Emerson Gouveia disse...

É uma verdade... Se eles só computam os brasileiros que moram em casas, não devia ter ninguém na miséria, porque miséria está aí pelas sarjetas. Milhares e milhares de mendigos estão sobrevivendo numa miséria total pelas ruas das principais cidades do país e ninguém resolve o problema.
Muitos que hoje moram nas ruas, até a alguns anos atrás tinham até emprego, mas esse é o Brasil dos políticos safados.
São Paulo

Lucilia Duque Estrada disse...

Agora você definiu bem porque as pesquisas do govermo estão mostrando o fim da miséria chegando a passos largos.
Se os pobres já viraram miseráveis e eles já não mais contados, a 'classe média' é a base da escada social.
Brasília