sexta-feira, 20 de março de 2009

Uma vergonha nacional




Gerson Tavares



Lendo os jornais, ouvindo e vendo os noticiários de radio e televisão, aliás, fazendo bem diferente daquilo que o presidente Lula diz fazer, o brasileiro vai cada dia mais se envergonhando de ser brasileiro. Agora mesmo o Senado anuncia que será feita uma auditoria interna para cortar pela metade o número de diretorias da casa. Isto quer dizer que só com uma auditoria é possível saber quantos diretores existem e quantos são necessários. Mais ou menos, se realmente eles cortarem a metade, pelo menos ainda ficarão por lá uns noventa diretores de “ninguém sabe o que”.

Existe tanta diretoria no Senado, que tem até uma que funciona no subsolo de um prédio de apartamentos funcionais. Aliás, se pensarmos bem, essa diretoria ainda deve estar pagando aluguel pela vaga. Este gabinete fica lá no fundão de tudo. É lá que fica o Elias Lyra Brandão, que é o diretor de Coordenação Administrativa de Residências, mas que todos conhecem como “diretor de garagem”.

Até no aeroporto o Senado tem gabinete. Este deve ser o mais movimentado, afinal é por ali que os espertinhos senadores, começam a gazeta. Este tem o nome sugestivo de Coordenação de Apoio Aeroportuário, ocupada por Francisco Carlos Melo Farias. Ele é conhecido como “diretor de check in”.

Oficialmente, depois de muitas contas, o Senado confirmou que tem hoje 181 cargos de direção, o que corresponde a mais de dois diretores para cada senador. O José Sarney agora promete cortar pela metade a mordomia. Deu a ordem e os diretores entregaram os cargos. Mas nisso tudo uma coisa é certa. Mesmo que esses diretores que entregaram os cargos que não voltem, a gratificação pela função já está incorporada no salário.

Mesmo com esse acordo de intenções assinado, pouco irá mudar porque até agora só se falou em “diretores”, mas e os senadores? A senadora Roseana Sarney foi acusada de bancar a viagem de um grupo de parentes e amigos com a cota de passagens aéreas de parlamentar a que tem direito e ela diz que a viagem do grupo foi a serviço. Já o Tião Viana emprestou um celular de uso exclusivo de parlamentar para a filha viajar ao México e ela gastou a “rodo”. Esse pelo menos, pode até não cumprir, mas pelo menos prometeu que vai pagar a conta.

Aí vem o Aloísio Mercadante e diz que “é incompreensível que o Senado Federal tenha uma estrutura tão pesada, com tantos diretores que, seguramente, não são necessários”. Mas será que ele não sabia?

Quer saber Mercadante? Vai enganar canário!

Um comentário:

Anônimo disse...

Depois eles reclamam quando alguém fala em fechar o congresso. eles pedem.


Vanda Lucas
Arapongas PR