terça-feira, 24 de março de 2009

Cabral não queria céu de brigadeiro

Gerson Tavares

Céu azul, um céu de brigadeiro. Esta é a definição que os aeronautas dão para o dia de céu aberto, sem nuvens. E foi esta cor azul que deixou o governador Sérgio Cabral revoltado. A nova empresa de aviação Azul queria ter como base de pouso para alguns voos nacionais o aeroporto Santos Dumont, bem no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Uma facilidade para todos que vem ao Rio para negócios ou mesmo a passeio. Do Santos Dumont para qualquer parte da cidade tudo fica mais à mão. E não podemos esquecer que evitamos a exposição para mira dos bandidos da Maré, na Linha Vermelha, quando os voos tem como destino carioca, o aeroporto Tom Jobim, na Ilha do Governador.

Mas como o governador, juntamente com o “seu” prefeito Eduardo Paes, está querendo “vender” o Tom Jobim, quer todos os voos, internacionais e nacionais saindo e chegando ao Galeão. Quanto mais movimento, mais alto o preço de “venda”.

A Azul provou para a Anac, hoje a verdadeira responsável pela aviação nacional, que no Santos Dumont tudo ficaria mais à mão e até os preços das passagens poderiam ser mais baratos, isto, uma boa para os usuários. A Anac viu que os “pró” eram bem maior que os “contra”, que, aliás, contra só o Cabral e o Paes, é deu sinal verde, que neste caso poderia ser também azul. Cabral falou que se um avião da Azul aterrasse no Santos Dumont iria multar a empresa em um milhão de reais, que iria cassar a concessão ambiental para funcionamento do aeroporto, mas no dia certo, na hora certa, o primeiro voo, de Campinas para o Rio chegou “bonitinho”, “azul como céu de brigadeiro”.

Com tudo funcionando “azeitado”, Cabral resolveu não criar mais caso e usou uma frase de “cerca Lourenço”: “Não é meu estilo a ranhetice. Fizemos nossa contestação política, mas não vamos insistir”.

Só que essa recuada de Cabral tem um motivo muito forte. Todo aquele “auê” não tem a menor base legal. Quem manda no assunto é a Anac e ele, um simples governador de Estado tem mais é que respeitar e acatar ordens.

Mas se ele quer mesmo dar uma de mandão, agora mesmo está acontecendo uma guerra no coração de Copacabana, com bandidos e policiais se enfrentando pelas ruas do bairro. A população presa em suas casas, o comércio fechando suas portas e aí sim, só depende dele, Sérgio Cabral e no máximo do Lula, para resolver essa “vergonha nacional” que é bandido mostrando ser mais forte que governos.

Aí sim Sérgio, mostre a sua cara e dê ao povo um pouco da paz que ele paga muito caro para ter.

Um comentário:

Anônimo disse...

É, hoje com a super lotação e o caos no Santos dumont , vejo que Cabral estava certo.