quarta-feira, 25 de março de 2009

Sarney falou que a crise caiu no seu colo


Gerson Tavares


Quando você faz trato com o diabo, não adianta chorar. Mais cedo ou mais tarde, ele vai cobrar. E você que não pague. Ele vai levar você para o inferno. Sarney, para ser mais uma vez presidente do Senado, fez trato com o diabo e agora fica dizendo que a bomba caiu no seu colo.

Para ser eleito, o maranhense do Amapá fez acordos mil. O Renan Calheiros, de passado recente de escândalos, se colocou sobre seus ombros para que nada caísse sobre o “presidente”. Fez das tripas coração para eleger aquele que iria lhe dar novamente status e agora está mandando mais que juiz de futebol. Sim, porque juiz de futebol erra e ainda expulsa o jogador. E Sarney, o marido de dona Marly foi eleito e empossado.

É hora de cobrança e o Renan não perdoa. Mandando, líder do PMDB, partido do Sarney, resolveu colocar a sua “tropa sem elite” em cargos estratégicos no Congresso. Afinal, quem elege, manda. Começou pelo velho companheiro de “barricada”, Fernando Collor. Mesmo sendo de outro partido, mas sendo “irmão”, foi “entronizado” na presidência da Comissão de Infraestrutura. É por ali que a grana passa com o projeto Bolsa Família e até 2010 com o PAC. Vai ser um mar de dinheiro e eles estarão nadando numa boa. Isso sem falar nas outras mamatas que por ali circulam.

Wellington Salgado, suplente do senador Hélio Costa. Foi ele que pagou a campanha do ministro das Comunicações e lógico, virou suplente. Mas Salgado, um dos donos da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, uma universidade com sede em São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, e que deve uma “grana afro-descendente” ao fisco, ficou com a vice-presidência da Comissão de Constituição e Justiça. Neste caso o que realmente preocupa é que esse Salgado assume a Justiça da Casa maior do Congresso e é dono de uma empresa que deve a Previdência. Que Justiça é essa?

Mas para Renan, não poderá ficar de fora o senador José Almeida Lima, ex-vice-prefeito de Aracajú, ex-deputado federal e atualmente senador. Para ele o Renan já arranjou um lugar de destaque. O Almeidinha vai ficar a presidência da Comissão Mista do Orçamento, aquela que é considerada o “filé mignon” das comissões. Esta é a comissão que vota tudo. É ela que diz o que pode e o que não pode.

Esta comissão é formada por 11 senadores e 31 deputados e é ela que vota o Plano Plurianual, a lei de Diretrizes Orçamentárias e tantas e tantas outras. Enfim, deverá ser o “Almeidinha” o dono da bola, que mesmo não sabendo chutar, está escalado e pronto.

Afinal, ele é amigo do Renan Calheiros e estamos conversados.

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