segunda-feira, 23 de março de 2009

MUNDO

Gastos governamentais de Chávez disparam com estatizações




Funcionário cobre cartaz
de líder opositor antichavista



CARACAS - O pacote de Hugo Chávez foi anunciado num momento em que a economia venezuelana passa por grandes dificuldades não só por causa da crise global, mas também pelas políticas adotadas pelo governo. Nos últimos anos as estatizações em diversos setores e os programas sociais que mantêm alta a popularidade do presidente impulsionaram os gastos governamentais. Só o número de funcionários públicos dobrou de 1 milhão para 2 milhões.

Também a queda do preço do petróleo, que representa 90% da receita estatal, dificulta o cumprimento dos compromissos adquiridos nos tempos de bonança. O preço médio do petróleo venezuelano hoje é de US$ 37. O orçamento deste ano previa uma arrecadação com base no barril a US$ 60. Por seis meses autoridades venezuelanas negaram que fossem necessários ajustes nos projetos de Chávez, alegando que havia dinheiro suficiente nos cofres públicos para enfrentar as turbulências econômicas. O anúncio de que foi elaborado um novo orçamento com base no petróleo a US$ 40 é o primeiro sinal significativo de que Chávez compreendeu que a crise veio para ficar.

Mas Hugo Chávez, está tentando dar uma como resposta ao povo, uma posição de força. Resolveu mostrar ao povo que tem condições de enfrentar a crise econômica global e acelerou a implementação de seu projeto socialista. Elegeu o setor alimentício como o primeiro alvo das novas mudanças. O objetivo ele não esconde: controlar grande parte da cadeia produtiva venezuelana para impedir que as grandes empresas, os “capitalistas exploradores”, boicotem o avanço da revolução.

Seus métodos são a desapropriação de fazendas e indústrias, intervenções, ameaças e tabelamento de preços. “Os alimentos representam uma grande parcela do orçamento das famílias mais pobres, a base de apoio de Chávez”, disse ao Estado o economista venezuelano Maxim Ross, diretor de uma conceituada consultoria que leva o seu nome. “Elaborar um projeto para ampliar o controle da cadeia produtiva foi a fórmula encontrada pelo governo de Chávez para evitar que o descontentamento causado pela crescente inflação e pela escassez de alguns alimentos resulte em perda de votos”, completou.

Um comentário:

Anônimo disse...

O perigo é que Hugo é só uma experiência. Se tudo correr bem, outros vão fazer as mesmas coisas.


Norberto Villas

Cruzeiro - SP