VIDA NOVA, MAS BRIGA ANTIGA II
Gerson Tavares
Ontem falei que Lobão está de saída do Ministério das Minas e Energia, mas para muitos petistas, a saída de Lobão ainda irá atender a outros
dois pontos. Um é a estratégia do Planalto de extinguir, no segundo mandato, os
feudos partidários na Esplanada e não podemos esquecer que o PMDB ocupa a pasta
desde 2005.
O outro ponto será
aproveitar o enfraquecimento político do padrinho de Lobão, o ex-presidente e
senador José Sarney, que é dono do PMDB do Amapá, que desistiu de concorrer
este ano a um cargo eletivo após 60 anos e cujo grupo político perdeu força em
seu Estado após a eleição de Flávio Dino, do PCdoB, para o governo do Maranhão.
Mas, mesmo com o Sarney
sendo flagrado votando em Aécio, o PMDB está decidido a lutar pela Pasta. O
principal argumento que será colocado na mesa de negociação é o de que Dilma
precisará do partido, caso queira garantir o mesmo apoio político que teve no
Senado em seu primeiro mandato. A situação, avaliam, é delicada para o governo
por uma confluência de fatores políticos e econômicos. E a Dilma sabe que o PT
está enfraquecido no Congresso. Com uma oposição mais qualificada a partir do
próximo ano, com a presença, por exemplo, dos tucanos Aécio Neves, de Minas
Gerais, José Serra por São Paulo, Tasso Jereissati pelo Ceará, e do democrata
Ronaldo Caiado, de Goiás, o governo precisa garantir apoio na Casa.
E, como as condições da
economia brasileira em 2015 serão as piores, o respaldo no Senado para aprovação
de medidas planejadas pelo Executivo, mesmo que impopulares, também é
fundamental. E o PMDB vai jogar pesado e entre os principais nomes do “partidão”
que são cogitados para a liderança do partido no Senado, estão Eunício Oliveira,
do Ceará, ou o líder do governo na Casa, o amazonense Eduardo Braga, que é
engenheiro elétrico. E a bancada dos senadores quer a qualquer custo manter os
três ministérios da sua “cota”, que são o de Minas e Energia, a Previdência e o
Turismo, este último, cota do presidente do Senado, Renan Calheiros, mas que
também é do PMDB alagoano.
Já os deputados do
partido controlam a Agricultura, mas não podemos esquecer que também o ministro
da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, é uma indicação pessoal do
vice-presidente da República, Michel Temer.
Mas mesmo com tantas
Pastas, desde o início do primeiro governo Dilma, em 2011, os peemedebistas se dizem
prejudicados por perda de espaço no setor. Na época, a presidente petista
promoveu uma “limpeza” nas indicações do PMDB na área.
Mas se com a limpeza
ainda temos tantos peemedebistas, já imaginaram se ela negociasse?
Nenhum comentário:
Postar um comentário