terça-feira, 11 de novembro de 2014

PT age para tirar Ministério de Minas e Energia do PMDB.


VIDA NOVA, MAS BRIGA ANTIGA II

Gerson Tavares
 



Ontem falei que Lobão está de saída do Ministério das Minas e Energia, mas para muitos petistas, a saída de Lobão ainda irá atender a outros dois pontos. Um é a estratégia do Planalto de extinguir, no segundo mandato, os feudos partidários na Esplanada e não podemos esquecer que o PMDB ocupa a pasta desde 2005.

O outro ponto será aproveitar o enfraquecimento político do padrinho de Lobão, o ex-presidente e senador José Sarney, que é dono do PMDB do Amapá, que desistiu de concorrer este ano a um cargo eletivo após 60 anos e cujo grupo político perdeu força em seu Estado após a eleição de Flávio Dino, do PCdoB, para o governo do Maranhão.

Mas, mesmo com o Sarney sendo flagrado votando em Aécio, o PMDB está decidido a lutar pela Pasta. O principal argumento que será colocado na mesa de negociação é o de que Dilma precisará do partido, caso queira garantir o mesmo apoio político que teve no Senado em seu primeiro mandato. A situação, avaliam, é delicada para o governo por uma confluência de fatores políticos e econômicos. E a Dilma sabe que o PT está enfraquecido no Congresso. Com uma oposição mais qualificada a partir do próximo ano, com a presença, por exemplo, dos tucanos Aécio Neves, de Minas Gerais, José Serra por São Paulo, Tasso Jereissati pelo Ceará, e do democrata Ronaldo Caiado, de Goiás, o governo precisa garantir apoio na Casa.

E, como as condições da economia brasileira em 2015 serão as piores, o respaldo no Senado para aprovação de medidas planejadas pelo Executivo, mesmo que impopulares, também é fundamental. E o PMDB vai jogar pesado e entre os principais nomes do “partidão” que são cogitados para a liderança do partido no Senado, estão Eunício Oliveira, do Ceará, ou o líder do governo na Casa, o amazonense Eduardo Braga, que é engenheiro elétrico. E a bancada dos senadores quer a qualquer custo manter os três ministérios da sua “cota”, que são o de Minas e Energia, a Previdência e o Turismo, este último, cota do presidente do Senado, Renan Calheiros, mas que também é do PMDB alagoano.

Já os deputados do partido controlam a Agricultura, mas não podemos esquecer que também o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, é uma indicação pessoal do vice-presidente da República, Michel Temer.

Mas mesmo com tantas Pastas, desde o início do primeiro governo Dilma, em 2011, os peemedebistas se dizem prejudicados por perda de espaço no setor. Na época, a presidente petista promoveu uma “limpeza” nas indicações do PMDB na área.


Mas se com a limpeza ainda temos tantos peemedebistas, já imaginaram se ela negociasse? 

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