sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Espaço comercial de rádio e televisão deve ser observado.


EU ATÉ PENSEI QUE FOSSE

A HISTÓRIA DO LULA

Gerson Tavares
 










Por minha profissão, com muitos anos dedicados ao rádio e a televisão, não me ligo só aos programas, mas também aos comerciais que são veiculados, dando o devido valor quando bem feitos e bem “bolados”. Nos últimos 45 dias, mais ou menos, eu venho ouvindo nas rádios e vendo na televisão, um spot que chamou muito a minha atenção.

Quero deixar bem claro que não sei se em seu Estado as emissoras de televisão estão veiculando esse spot que é da ‘Justiça do Trabalho’ e fala em acidente no trabalho, mas eu, que assisto televisão das emissoras de São Paulo vejo sempre a veiculação desse “institucional” do governo e nas emissoras de rádio, sei que pelo menos a Rádio Tupi do Rio de Janeiro veicula além das emissoras de São Paulo. A Rádio Tupi carioca, inclusive, veicula pela internet.

Mas vamos ao que interessa que é o conteúdo do spot. No início da sua veiculação em rádio, o spot apresentava um bate-papo entre dois homens e aqui reproduzo mais ou menos o que eles falavam.

O homem ‘um’ convidava o homem ‘dois’ para um passeio no final de semana:
Homem 1: Oi fulano, vamos fazer um churrasco nesse final de semana?   
Homem 2 retrucava: Não posso... Amanhã vou sofrer um acidente de trabalho?
Homem 1 intrigado: Mas como? Você vai sofrer um acidente? Como você sabe?
Homem 2: Uma peça vai soltar do torno e eu vou ter o dedo esmagado.
Então entrava um locutor e falando sobre “acidente de trabalho” e então fechava os 30’ com a chancela da “Justiça do Trabalho”.

Claro que eu liguei imediatamente ao “caso Lula” enquanto “trabalhador”, que se mutilou perdendo um dedo que não faz nenhuma falta, nem mesmo a um “batedor de carteiras”, mas que para ele rendeu sua primeira aposentadoria. Mas como eu liguei aquele fato ao Lula, mais alguém lá em Brasília, ou em Santo André, sabe-se lá, também fez ligação e imediatamente mandou trocar o spot. Alías, para mim, só poderiam deixar aquele spot ser veiculado se fosse com o próprio Lula servindo de “garoto propaganda”.

Mas foi então que trocaram o spot e também os personagens. O spot continuava com o mesmo formato e assunto, mas o "papo" passou a ser entre duas mulheres. A mulher ‘um’ convidando a mulher ‘dois’ para irem a praia e a segunda justificando o porquê não poderia ir.

Mulher 1: Fulana... Vamos à praia no sábado?
Mulher 2: Não vou poder... Na sexta-feira eu vou perder a mão...
Mulher 1: Mas assim, de repente?
Mulher 2: De repente não... Já estava programado há algum tempo... A máquina vai cair e minha mão vai ser esmagada...
E aí entra o locutor, exatamente como no spot anterior, fala sobre o acidente de trabalho e o fecho da peça é com a chancela da Justiça do trabalho.

Como se vê nada mudou na peça institucional da Justiça, a não ser tirando o Luis e colocando a Marisa. Eu já conto essa estória há muito tempo, mas o que posso fazer se as pessoas acham que é possível perder o dedo mindinho no torno sem perder a mão?

Mas como eu, também outras pessoas notaram que só a mudança do sexo não tirava a “estória macabra do Lula” do foco da gozação. Assim sendo, na sexta-feira da semana passada resolveram mudar o enfoque do assunto e mesmo falando de acidente de trabalho, nada mais lembrando o “golpe do dedo” que deu ao Lula a oportunidade de chegar a presidente do Brasil. Ao final do spot um locutor deixa no ar: “Acidente não acontece por acaso. Acidente acontece por descaso”.  

Desculpe, mas que parecia piada, isso não havia a menor dúvida. E quando a frase de encerramento desse terceiro spot ficou no esquecimento do redator que “acidente pode acontecer por intenção”.

       
     

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