sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Partidos que surgiram após governo Collor terão maior ‘bancada’ da Câmara.


OS NANICOS ESTÃO CHEGANDO

Gerson Tavares
 









Parece incrível, mas em 2015 a Câmara dos Deputados será o plenário mais diversificado desde a “redemocratização”, se é que estamos em uma democracia. Isso não apenas pelo número recorde de 28 “agremiações partidárias” com cadeiras na Casa, mas também porque os partidos que apareceram (ninguém sabendo de onde) depois de 1990, nunca tiveram tanto espaço e poder.

Somando as novas siglas, serão 143 deputados federais, o que soma mais do que o dobro daqueles que se elegeram em 2010. Desta vez, os partidos da “era pós-Collor”, terão juntos, a maior bancada da Câmara.

Por tanto, é bom que todos comecem a entender que 2015 deverá ser o início de uma nova realidade na política brasileira. Claro que não será uma realidade melhor ou pior que essa que estamos vivendo, já que mudaram as “quadrilhas”, mas os crimes continuarão os mesmos. Imaginem os “nanicos” participando nas decisões do Congresso Nacional. Serão eles, que terão maioria, que deverão ocupar posições importantes tanto na Mesa Diretora quanto nas comissões. E segundo o professor Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, existe ainda outra consequência que irá pesar no bolso da população. O preço da governabilidade vai ficar mais caro. Diz ele, em tom bem irônico: “Os 39 ministérios não serão suficientes para acomodar todo mundo”. E a Dilma que não é de poupar quando o dinheiro não é o dela, vai criar mais ministérios e secretarias para colocar aqueles que se sujeitarem a votar tudo que ela mandar.

Mas na verdade, para o governo nada será diferente, já que isso é apenas um problema político e “aritmético”. Embora quase nunca o líder governista possa contar com todos os votos dos partidos aliados, em tese ele alcançava maioria com a soma das bancadas eleitas em 2010 por PT, PMDB, PP, PDT e PR. Agora, essa soma está 51 cadeiras menor. Seus 225 deputados estão longe do número de 257 votos, o que equivale à maioria absoluta e com a coisa como está se apresentando, só fazendo mágica. E assim sendo, a mágica será a parte política e a solução "aritmética" será a distribuição de mais dinheiro dentro do "enorme leque" de partidos nanicos que tomaram de assalto o Congresso.

Todo porque o PT que, embora reelegendo Dilma Rousseff presidente, em 2014 teve o seu pior desempenho na eleição para a Câmara dos Deputados desde 1998. A maior bancada petista foi a de 2002, na primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio. Foram 91 deputados porque o então presidente puxou votos para o partido em todo o País.

Hoje, a ala petista é 23% menor do que aquela. Mas também, com a Dilma atrapalhando, ninguém conseguiu deslanchar.

Quem sabe se daqui a quatro anos não vamos ler: “Aqui jaz o PT”.

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