segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Depois de tantos “bandidos” andando pelas ruas brasileiras, a Itália tem agora um deles “livre para voar”.


POR QUE SÓ PIZZOLATO?

Gerson Tavares
 






Depois de muito vai não vai, a Justiça italiana negou o pedido de extradição de Henrique Pizzolato, o “bandido” e ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, que fez todo mundo de “babaca” no Brasil ao entregar à Polícia Federal um passaporte e viajar com o outro, já que ele tem dupla cidadania e assim, chegou a sua pátria do outro lado do oceano e ainda riu da Polícia Federal brasileira.

Pizzolato foi um dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Ele pegou uma cana de 12 anos e sete meses de prisão no Brasil por lavagem de dinheiro e peculato na Ação Penal 470, aquele famigerado processo do “mensalão”, mas antes de ser engaiolado se mandou.

Com o Brasil já tendo o “rabo preso” com o governo italiano desde que Lula achou por bem não extraditar o “bandido” italiano Cesare Battisti, agora está vendo o outro lado da moeda. Muito envergonhada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) está falando que os magistrados italianos, que alegam ter razões para supor que as condições das prisões brasileiras não atendem aos direitos humanos. Isso foi só um resumo de tudo que eles falam, mas o processo completo deve ser publicado em 15 dias.

Mas como o governo brasileiro se acha acima de tudo, a assessoria da PGR, informou que o governo brasileiro recorrerá da decisão. Em abril deste ano, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF e ao Ministério da Justiça, solicitações de indicação de presídios para os quais Pizzolato poderia ser levado caso a extradição fosse autorizada.

Este ato atendia a uma solicitação do Ministério Público italiano e do Tribunal de Apelação de Bolonha para assegurar que, ao cumprir pena no Brasil, Pizzolato teria os direitos humanos preservados. Segundo a assessoria da PGR, foram indicados três presídios, um deles o da Papuda, no Distrito Federal. Mas pelo que deu a entender, Pizzolato quer ir para um que tenha no mínimo “6 estrelas”.

O julgamento aconteceu na Corte de Apelação de Bolonha e agora ele está solto pelas ruas como por aqui estão os seus companheiros de “quadrilha”. O Pizzolato fugiu do Brasil em setembro do ano passado, pouco antes do final do julgamento do processo do “mensalão”, e foi preso em fevereiro na Itália, em Maranello.

Em junho, a corte iniciou o julgamento, mas suspendeu a sessão para solicitar esclarecimentos do governo brasileiro sobre as condições dos presídios nacionais. O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, concordou com a justificativa da Justiça italiana e disse que a notícia é uma vergonha para o Brasil. Assim se declarou Marco Aurélio: “O motivo foi não termos penitenciárias que preservem a integridade física e moral do preso. Para nós, brasileiros, é uma vergonha. Ele exerceu o direito natural de não se submeter às condições animalescas das nossas penitenciárias”.

Depois dessa declaração de um ministro do Supremo, que podemos falar da decisão da Corte de Bolonha? Isso sem falar na “cagada” que o Luiz Inácio fez ao preservar o “bandido” italiano por aqui, negando a extradição que a Justiça italiana solicitou cheia de razão.

Não podemos esquecer que lugar de bandido é na cadeia, mas como por aqui não é assim, a Itália está pagando na mesma moeda.
  

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