quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Melhoria chega menos a pobre ‘crônico’.


POBREZA É DOENÇA

Gerson Tavares
 






Era só o que faltava, mas agora já não falta mais. Descobriram que ser pobre é ser doente. Pelo menos foi o que disseram, quando colocaram que “os brasileiros realmente pobres não sofrem apenas com a escassez de renda. Nas famílias que recebem abaixo de R$ 70 per capita mensais, consideradas em situação de ‘pobreza crônica’ pelo governo, falta educação, saneamento básico e moradia de qualidade”. Mas não podemos deixar no esquecimento que o governo do PT falou de "pobreza crônica", mas, como sempre, esquecendo que o que mais falta mesmo no Brasil é um governo sério.

Como sempre um indicador preparado pelo Ministério do Desenvolvimento Social com base em metodologia do Banco Mundial, usado para medir a chamada pobreza multidimensional, mostra a dificuldade de acesso real dos mais pobres a algumas melhorias nas condições de vida. Mas como o indicador de pobreza multidimensional pode ter vários resultados, dependendo, lógico, do ponto de vista, aqueles que não rezam na mesma “bíblia” que a Dilma escreve, estão englobados em mais 16 itens além da renda.

Vejam à que ponto chegou a miséria do povo. Os dados colhidos em 2013 apontam que apenas 34% dos chefes das famílias em situação de pobreza crônica têm ensino fundamental completo. Não se assustem, porque na população geral, esse índice chega a 52,7%. E a coisa não para por aí já que o acesso à água na faixa de renda mais baixa é de 67,7%, chegando a 79,9% quando se incluem as cisternas. Se olharmos a comparação com os 84% e 94,6%, respectivamente, da população total, vamos ver que a miséria é grande, mesmo com a Dilma falando que os miseráveis só poderão ser encontrados nos livros de Victor Hugo. Já que falamos em água, o esgotamento sanitário chega a 54% dos mais pobres e a 76% do conjunto da população.

Nessa análise entram desde o nível educacional dos chefes de família até a posse de bens, como geladeira, computador ou telefone celular, para compor sete dimensões sociais: educação, acesso à água, saneamento, eletricidade, moradia, bens e renda. E é olhando esse quadro que chegamos à conclusão que se são consideradas em casos de “pobreza crônica” as pessoas que, além da renda muito baixa, têm problemas com ao menos três das sete dimensões, o brasileiro já está na UTI só aguardando o coração parar.


“Aqui jaz o povo brasileiro”. 

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