segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PT age para tirar Ministério de Minas e Energia do PMDB.

VIDA NOVA, MAS BRIGA ANTIGA I

Gerson Tavares








Já era de se esperar que essa briga começasse, mas foi mais rápida do que pensávamos. O PT e PMDB já abriram a disputa pelo controle do setor energético no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Os peemedebistas do Senado querem manter o Ministério de Minas e Energia, já que o atual ministro, Edison Lobão, avisou que deixará o cargo para retomar seu mandato de senador pelo Maranhão.

Já o PT, que defende a saída de Lobão desde que os escândalos nas energéticas estouraram e com o seu nome aparecendo em destaque na delação premiada feita pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, quer pegar a fatia do bolo para ele. Além desse fato de pegar as energéticas, querem que o Ministério, ao qual estão subordinadas estatais como Petrobrás e Eletrobras, componha um “núcleo duro” da Esplanada com diálogo direto com os responsáveis pela formulação da política econômica. Afinal, se eles conseguirem tomar as estatais dos atuais gatunos, irão garantir uma excelente renda para bom dividendo no futuro. E diga-se de passagem, petista não joga para perder.
  
E o argumento dos petistas é que a pasta ganhou peso estratégico devido à situação de crise hídrica que tem afetado o nível dos reservatórios e a geração de energia e aos problemas de caixa das distribuidoras. O partido também acredita que retirar o PMDB ajudaria a transmitir a imagem de que o governo está interessado em apurar as denúncias de corrupção na Petrobrás. Mas na verdade é que com a situação hídrica, as tarifas elétricas irão parar na estratosfera e assim, mais dinheiro sobrará para ser divido pelas contas bancárias da turma petista.

O senador petista da Bahia, Walter Pinheiro, por exemplo, falou que, no próximo governo, a Pasta não pode ser vista como um “ministério qualquer”. “Precisa fazer parte do núcleo mais importante do governo”. Será que ele pensa que a Dilma não teve até agora depósitos em suas contas bancárias? Mas ele diz: “O PT precisa de um nome forte para comandar a pasta”.

E não é por acaso, que um dos nomes cotados pelo partido para assumir o posto é o do governador da Bahia, Jaques Wagner, próximo à Dilma e fortalecido no PT por ter elegido seu candidato ao governo estadual ainda no 1.º turno. Mas Jaques encontra, dentro do gabinete da Dilma, outro que é nome de peso. Afinal, ele é o chefe de gabinete de Dilma, o Giles Azevedo, que foi secretário de Minas e Metalurgia quando a petista comandou o ministério. Este é outro cotado e que tem conversa ao pé de ouvido com a Dilma há muito tempo. Ele pode até ser conhecedor de alguns casos que possam incriminar a Dilma e aí, “não tem xixi minha nêga”.

Ele já é o dono da cadeira. 

Nenhum comentário: