VIDA NOVA, MAS BRIGA ANTIGA I
Gerson Tavares
Já era de se esperar
que essa briga começasse, mas foi mais rápida do que pensávamos. O PT e PMDB já
abriram a disputa pelo controle do setor energético no segundo mandato da
presidente Dilma Rousseff. Os peemedebistas do Senado querem manter o
Ministério de Minas e Energia, já que o atual ministro, Edison Lobão, avisou
que deixará o cargo para retomar seu mandato de senador pelo Maranhão.
Já o PT, que defende a
saída de Lobão desde que os escândalos nas energéticas estouraram e com o seu
nome aparecendo em destaque na delação premiada feita pelo ex-diretor de
Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, quer pegar a fatia do bolo para
ele. Além desse fato de pegar as energéticas, querem que o Ministério, ao qual
estão subordinadas estatais como Petrobrás e Eletrobras, componha um “núcleo
duro” da Esplanada com diálogo direto com os responsáveis pela formulação da
política econômica. Afinal, se eles conseguirem tomar as estatais dos atuais
gatunos, irão garantir uma excelente renda para bom dividendo no futuro. E diga-se de passagem, petista não joga para
perder.
E o argumento dos
petistas é que a pasta ganhou peso estratégico devido à situação de crise
hídrica que tem afetado o nível dos reservatórios e a geração de energia e aos
problemas de caixa das distribuidoras. O partido também acredita que retirar o
PMDB ajudaria a transmitir a imagem de que o governo está interessado em apurar
as denúncias de corrupção na Petrobrás. Mas na verdade é que com a situação
hídrica, as tarifas elétricas irão parar na estratosfera e assim, mais dinheiro
sobrará para ser divido pelas contas bancárias da turma petista.
O senador petista da
Bahia, Walter Pinheiro, por exemplo, falou que, no próximo governo, a Pasta não
pode ser vista como um “ministério qualquer”. “Precisa fazer parte do núcleo
mais importante do governo”. Será que ele pensa que a Dilma não teve até agora
depósitos em suas contas bancárias? Mas ele diz: “O PT precisa de um nome forte
para comandar a pasta”.
E não é por acaso, que
um dos nomes cotados pelo partido para assumir o posto é o do governador da
Bahia, Jaques Wagner, próximo à Dilma e fortalecido no PT por ter elegido seu
candidato ao governo estadual ainda no 1.º turno. Mas Jaques encontra, dentro
do gabinete da Dilma, outro que é nome de peso. Afinal, ele é o chefe de
gabinete de Dilma, o Giles Azevedo, que foi secretário de Minas e Metalurgia
quando a petista comandou o ministério. Este é outro cotado e que tem conversa
ao pé de ouvido com a Dilma há muito tempo. Ele pode até ser conhecedor de
alguns casos que possam incriminar a Dilma e aí, “não tem xixi minha nêga”.
Ele já é o dono da cadeira.
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