quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Foi o Papa Francisco que falou: “Estar do lado dos pobres é Evangelho, não comunismo”.


ESTOU COM O “CHICO” 

E NÃO ABRO II

Gerson Tavares
 






Voltando ao discurso de Francisco no Encontro Mundial dos Movimentos Populares, ele se dirigiu aos "camponeses" e falou que a saída deles do campo por causa "de guerras e desastres naturais" está deixando a Igreja preocupada. Disse ser um crime que milhões de pessoas padeçam com a fome, enquanto a "especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando esses alimentos como qualquer outra mercadoria". Foi então que o Papa Francisco em sua fala colocou ser necessária a “luta em prol da dignidade da família rural".

Nunca esquecendo os excluídos, Francisco dirigiu seu pensamento aos que são obrigados a viver sem uma casa. Disse que, como experimentara também Jesus, obrigado a fugir com sua família para o Egito. E colocou muito bem que “hoje vivemos em cidades imensas que se mostram modernas, orgulhosas e vaidosas". E disse que essas cidades oferecem "numerosos lugares" para uma minoria feliz, mas, porém, "negam a casa a milhares de nossos vizinhos, incluindo as crianças".

E demonstrando pesar, Francisco ressaltou que "no mundo globalizado das injustiças proliferam-se os eufemismos para os quais uma pessoa que sofre a miséria se define simplesmente 'sem morada fixa'". O Papa denunciou que muitas vezes "por trás de um eufemismo há um delito". Vivemos em cidades que constroem centros comerciais e abandonam "uma parte de si às margens, nas periferias".

Mas nem só de críticas vive a Igreja, então Francisco elogiou aquelas cidades onde "se segue uma linha de integração urbana, onde se favorece o reconhecimento do outro". Depois Francisco falou sobre a questão do trabalho: "Não existe uma pobreza material pior do que a que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho." Muito em particular, Francisco citou o caso dos jovens desempregados e ressaltou que tal situação não é inevitável, mas é o resultado "de uma opção social, de um sistema econômico que coloca os benefícios antes do homem", de uma cultura que descarta o ser humano como "um bem de consumo".

Aliás, tenho quase certeza que naquele momento Jorge Mário estava pensando no Brasil. Não podemos esquecer que no Brasil o pobre é uma necessidade para os políticos. Não podemos esquecer que, no lugar do governo colocar um salário mínimo que dê condição de vida para uma família, o salário mínimo, que é “realmente mínimo”, serve para que as “bolsas esmolas” sejam transformadas em votos para os candidatos que estejam no governo e querem continuar enganando o povo nas próximas legislaturas.

Francisco sabe das coisas. Mesmo sem falar do Brasil em seu discurso, colocou nas entrelinhas o puxão de orelhas.

Só que os “comunas” brasileiros não estão nem aí para a bronca e continuam de plantão para "arrombar o cofre".

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