terça-feira, 18 de novembro de 2014

País vai recuperar R$ 500 milhões com delações na Lava Jato, diz força-tarefa.


MAS A DILMA NADA SABIA

Gerson Tavares 





Agora chegou a vez dos investigadores da Operação Lava Jato começarem a recolher a grana que está esparramada pelas contas dos “bandidos” que arrombaram o cofre da Petrobrás. Eles calculam que vão recuperar R$ 500 milhões até março do próximo ano, com os acordos de delação premiada e colaboração que foram formalizados. Aquele é o mês quando deverão ser encerrados os trabalhos da força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga o esquema de corrupção, desvios de recursos e pagamento de propinas na Petrobrás.

Esse meio bilhão de reais é referente à parte que um grupo de dez pessoas que já decidiu colaborar com as investigações ou ainda negocia os termos do acordo de delação. Se tudo sair como o esperado, eles deverão devolver aos cofres públicos após negociações com a Justiça da “merreca” que não vai sair das contas dos comandados da Dilma, já que foi muita grana que eles roubaram e só alguns resolveram devolver.

Como a recuperação de R$ 500 milhões é dada como certa pelos procuradores federais, essa atitude significará o maior valor já devolvido aos cofres públicos na história do País. O montante corresponde a 11 vezes tudo o que já foi ressarcido desde 2004, quando o Ministério da Justiça criou um órgão específico para tratar da recuperação de ativos. E foi olhando esse montante que ouvi uma senhora falar: “Mas como o PT rouba, sô”.

Mas quando eu digo que os comandados da Dilma não irão se coçar, não estou falando à toa. Pensem bem que nessa conta dos R$ 500 milhões, não entra a parte dos políticos a quem o esquema beneficiava e que teria recebido propina, já que as autoridades com foro privilegiado só poderão ser investigadas após autorização do Supremo Tribunal Federal. E não podemos esquecer que o STF hoje é petista até os últimos fios de cabelos do sovaco.

Para mostrar que não estou injuriando ninguém, a investigação que envolve deputados e senadores e que tramita em segredo de Justiça, está há mais de um mês no gabinete do ministro Teori Zavascki sem qualquer movimentação. Aliás, quem nomeou o Teori?

Lembre-se que como afirmou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa em depoimento à Justiça, a maior parte do dinheiro desviado era loteada entre três partidos políticos: PT, PP e PMDB. Só o PT ficava com até 3% do valor dos contratos de obras superfaturadas.

O dinheiro era tanto que para se ter noção o que acontecia, só o braço operacional do esquema de corrupção da estatal e que está investigação da força-tarefa, apenas de três pessoas, serão devolvidos R$ 165 milhões aos cofres públicos em troca de eventual redução de pena.

Como o Paulo Roberto Costa foi o primeiro a firmar um acordo de delação premiada, foi logo avisando que vai devolver cerca de R$ 70 milhões. Claro que ele vai renunciar aos valores mantidos em contas bancárias e investimentos no exterior em seu nome e de familiares que totalizam US$ 25,8 milhões. Já o doleiro Alberto Youssef, que é considerado peça central do esquema de corrupção, se comprometeu a devolver aproximadamente R$ 55 milhões. Já um terceiro acusado a firmar o acordo de delação, o executivo Júlio Camargo, se comprometeu a devolver R$ 40 milhões. O empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto é o quarto a fazer delação premiada na Lava Jato, mas ninguém sabe ainda quanto ele vai devolver ao Ministério Público.

Claro que até chegar aos 500 milhões, muita gente ainda vai entrar em negociação com procuradores federais e a Justiça. Investigadores que participam da Lava Jato afirmaram que o esquema foi extremamente organizado. Isso facilitou as investigações porque a taxa de propina era cobrada sobre toda a obra, e não parte dela.

Foi essa ganância desenfreada que levou à derrocada. Lula e Dilma nesses próximos quatro anos deverão tomar mais cuidado para não caírem em outra esparrela.

Afinal, vocês são “bandidos” escolados e não podem dar nova "bobeira". 

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