MAS A DILMA NADA SABIA
Gerson Tavares
Agora chegou a vez dos
investigadores da Operação Lava Jato começarem a recolher a grana que está
esparramada pelas contas dos “bandidos” que arrombaram o cofre da Petrobrás.
Eles calculam que vão recuperar R$ 500 milhões até março do próximo ano, com os
acordos de delação premiada e colaboração que foram formalizados. Aquele é o mês
quando deverão ser encerrados os trabalhos da força-tarefa do Ministério Público
Federal que investiga o esquema de corrupção, desvios de recursos e pagamento de
propinas na Petrobrás.
Esse meio bilhão de
reais é referente à parte que um grupo de dez pessoas que já decidiu colaborar
com as investigações ou ainda negocia os termos do acordo de delação. Se tudo
sair como o esperado, eles deverão devolver aos cofres públicos após
negociações com a Justiça da “merreca” que não vai sair das contas dos
comandados da Dilma, já que foi muita grana que eles roubaram e só alguns
resolveram devolver.
Como a recuperação de
R$ 500 milhões é dada como certa pelos procuradores federais, essa atitude
significará o maior valor já devolvido aos cofres públicos na história do País.
O montante corresponde a 11 vezes tudo o que já foi ressarcido desde 2004,
quando o Ministério da Justiça criou um órgão específico para tratar da recuperação
de ativos. E foi olhando esse montante que ouvi uma senhora falar: “Mas como o
PT rouba, sô”.
Mas quando eu digo que
os comandados da Dilma não irão se coçar, não estou falando à toa. Pensem bem
que nessa conta dos R$ 500 milhões, não entra a parte dos políticos a quem
o esquema beneficiava e que teria recebido propina, já que as autoridades com foro
privilegiado só poderão ser investigadas após autorização do Supremo Tribunal
Federal. E não podemos esquecer que o STF hoje é petista até os últimos fios de
cabelos do sovaco.
Para mostrar que não
estou injuriando ninguém, a investigação que envolve deputados e senadores e
que tramita em segredo de Justiça, está há mais de um mês no gabinete do
ministro Teori Zavascki sem qualquer movimentação. Aliás, quem nomeou o Teori?
Lembre-se que como
afirmou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa em
depoimento à Justiça, a maior parte do dinheiro desviado era loteada entre três
partidos políticos: PT, PP e PMDB. Só o PT ficava com até 3% do valor dos
contratos de obras superfaturadas.
O dinheiro era tanto
que para se ter noção o que acontecia, só o braço operacional do esquema de corrupção da estatal e que está investigação da força-tarefa, apenas de três pessoas, serão devolvidos
R$ 165 milhões aos cofres públicos em troca de eventual redução de pena.
Como o Paulo Roberto
Costa foi o primeiro a firmar um acordo de delação premiada, foi logo avisando
que vai devolver cerca de R$ 70 milhões. Claro que ele vai renunciar aos
valores mantidos em contas bancárias e investimentos no exterior em seu nome e
de familiares que totalizam US$ 25,8 milhões. Já o doleiro Alberto Youssef, que
é considerado peça central do esquema de corrupção, se comprometeu a devolver
aproximadamente R$ 55 milhões. Já um terceiro acusado a firmar o acordo de
delação, o executivo Júlio Camargo, se comprometeu a devolver R$ 40 milhões. O
empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto é o quarto a fazer delação premiada
na Lava Jato, mas ninguém sabe ainda quanto ele vai devolver ao Ministério
Público.
Claro que até chegar
aos 500 milhões, muita gente ainda vai entrar em negociação com procuradores
federais e a Justiça. Investigadores que participam da Lava Jato afirmaram que o esquema foi extremamente organizado. Isso facilitou as investigações porque a
taxa de propina era cobrada sobre toda a obra, e não parte dela.
Foi essa ganância
desenfreada que levou à derrocada. Lula e Dilma nesses próximos quatro anos
deverão tomar mais cuidado para não caírem em outra esparrela.
Afinal, vocês são
“bandidos” escolados e não podem dar nova "bobeira".
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