quinta-feira, 4 de abril de 2013


Verônica também faz o milagre 

da multiplicação

Gerson Tavares





"Tarumã Empreendimentos Imobiliários Ltda.", esta é uma empresa que custou muito pouco para ser formada e seus três sócios não colocaram R$ 10 mil e que quase que imediatamente rendeu uma “grana preta”.

Pelo menos é o que dá para notar quando se vê um documento que revela que a “Tarumã Empreendimentos Imobiliários Ltda.”, aquela empresa que o Renan Calheiros montou com dois dos seus filhos e que depois entregou o comando para a Maria Verônica Calheiros, sua esposa, distribuiu R$ 498.284 em lucro e na restituição do investimento. Dois filhos do casal, Rodolfo e Rodrigo, também sócios na empresa, receberam R$ 833 cada. Isso aconteceu apenas quatro meses após a artista plástica injetar R$ 290 mil em seu capital. Um lucro de 72% - na época, a taxa básica de juros era de 12,5% ao ano.

Mas coisas mais interessantes aconteceram, pois a Verônica e seus filhos receberam esse dinheiro todo sem, nenhuma operação registrada. Não podemos esquecer que a Tarumã encerrou suas atividades em 16 de novembro de 2011, nove meses após ser registrada na Junta Comercial do Distrito Federal.

Com o fim da Tarumã, Verônica, ao receber esta importância considerada muito alta por especialistas em lavagem de dinheiro, colocou a mão em um o lucro líquido obtido em tão pouco tempo, que coloca sob suspeição as operações financeiras e contábeis da empresa que, em menos de um ano, movimentou ao menos R$ 500 mil.

Mais uma vez entra em ação o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que está desde a semana passada mergulhado na análise das atividades da empresa. Às vésperas da eleição para o Senado, Gurgel denunciou Renan Calheiros ao Supremo Tribunal Federal (STF) por peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

No momento este inquérito está "parado" no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski. E como sempre, o Renan que anda pregando a transparência desde que assumiu a Casa pela segunda vez, se nega a esclarecer as atividades da Tarumã, alegando sempre se tratar de atividade privada.

No registro na Junta Comercial do Distrito Federal o contrato prevê a exploração de empreendimentos imobiliários, como locação, compra e venda de imóveis próprios e participações societárias. Mas nada foi encontrado que mostre que algum imóvel foi negociado ou nomes de corretores contam registrados em nome da empresa ou mesmo, que alguns dos sócios tenham vendido, comprado, alugado ou emprestado algum imóvel.

Uma “empresa relâmpago”, a Tarumã foi registrada em 22 de fevereiro de 2011 em nome do senador e de seus dois filhos. No quinto mês de “funcionamento”, Renan deixou a sociedade e deu lugar à esposa, Verônica, que colocou um bom capital na empresa e de R$ 10 mil, o seu capital passou para R$ 300 mil.

Outra coisa que chama a atenção de todos é que a Verônica não tem rendas. Ela é casada em comunhão parcial de bens com o Renan, mas mesmo assim Verônica Calheiros integralizou em "moeda corrente" o valor de R$ 290 mil no capital da empresa em 21 de julho de 2011. E mais intrigante é que quatro meses mais tarde, a Tarumã encerrou suas atividades. A extinção está registrada na Junta Comercial do Distrito Federal com data de 16 de novembro de 2011.

Resta saber realmente como está agora a declaração de bens do Renan Calheiros. Na última declaração de bens pública apresentada pelo senador, está lá a informação que ele tem um patrimônio de R$ 2,1 milhões. Na declaração ele menciona um apartamento em Maceió, uma casa em Barra de São Miguel e R$ 3 mil em contas bancárias.

Mas como o Renan mesmo diz, ninguém tem que falar da sua vida privada, até porque se na sua vida pública a coisa já fede tanto, imagina na privada.

4 comentários:

Urbano Guedes disse...

Milagre da multiplicação nos dias de hoje não é coisa de Jesus e sim do capeta que se transformam em políticos e como mulher de político quer mostrar nem só de chifre é a sua vida, sempre que tem oportunidade encontra meio de participar das bandalheiras.
Quanto a vida privada da família, o que não falta é merda.
Maceió

Valéria disse...

Como tudo que vem de político é sacanagem, claro que o que tem parente de político no "comando", sacanagem é.
A pobre da Verônica no máximo assinou os papeis da "empresa", mas o que foi tramado sempre teve algum "aspone" do Renan por trás. Assim como ela aceitou numa boa ser a chifruda no escândalo em 2009, desta vez ela aceitou ser "laranja" de uma "empresa" de falcatruas.
Mas isso não a redime do pecado, pois quem assume o crime é também criminoso. Mas também, como ninguém vai para a cadeia mesmo, deixa a Verônica faturar para compensar seus dessabores de mulher traída.
Maceió

José Brandão Cruz disse...

Os corruptos moram aqui. Infelizmente tenho que reconhecer que em um pequeno estado da Federação, elege os corruptos mais ativos da nossa República.
Pobre País, pobre Alagoas.
praia do Frances - Maceió - Alagoas, capital nacional da corrupção

Coriolano Fontana Dutra disse...

Esta família é a digna representante dos políticos alagoanos, isso sem nenhum desmérito ao Fernando Collor. Mas como eles são farinha do mesmo saco, elogiando uma família a outra tira casquinha nos elogios.
Maceió - Alagoas