Congresso
'fragiliza' a democracia
Com
muita razão, Joaquim Barbosa
arrasa os congressistas
Agora já tem gente lá
no Congresso que está se borrando daquilo que fez, tudo porque a forte reação
no Judiciário levou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a
anunciar que não vai instalar de imediato a comissão especial prevista para
analisar a Proposta de Emenda à Constituição que submete ao Congresso decisões
do Supremo Tribunal Federal.
O presidente da Câmara
definiu a aprovação da proposta pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
como "inusitada" e afirmou que só levará adiante a tramitação após
uma análise jurídica. Claro que essa decisão do Henrique Eduardo aconteceu
depois da nota onde o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, considerou
que a medida, se aprovada, fragiliza a democracia.
E assim falou Henrique:
"A decisão da CCJ realmente foi inusitada, surpreendeu a todos. Pedi um
levantamento sobre o aspecto jurídico da questão, mas certamente a comissão
especial eu não vou instalar enquanto não tiver uma definição muito clara do
respeito à harmonia entre os poderes".
Mas Joaquim Barbosa, que
estava em Nova York, mesmo antes de voltar à Brasília divulgou a sua nota, afirmando
que "essa medida, se aprovada, fragilizará a democracia". E
prosseguiu: "Tem quase 80 anos a tradição já consolidada de se permitir
que o Supremo declare a invalidade jurídica de uma lei votada pelo Congresso
por violação de uma cláusula constitucional. Por que alterar isso agora, em
pleno século 21?".
Já o ministro Gilmar
Mendes afirmou que é melhor fechar a Corte se for aprovada a proposta.
"Ela é inconstitucional do começo ao fim, de Deus ao último constituinte
que assinou a Constituição", disse. "Eles ( os congressistas)
rasgaram a Constituição. Se um dia essa emenda vier a ser aprovada, é melhor
que se feche o Supremo Tribunal Federal."
O ministro Marco
Aurélio Mello, que na véspera tinha dito que a aprovação da proposta era uma
retaliação, observou que na CCJ existem dois deputados condenados por
envolvimento no mensalão, os petistas João Paulo Cunha e José Genoino.
"Parece que a matéria se mostrou bastante tranquila, porque não houve
discussão a respeito, ninguém levantou o dedo para suscitar uma dúvida quanto
ao objeto da proposta. E é sintomático que na comissão tenhamos dois réus da
ação penal 470", disse.
E foi aí que o líder do
PT, José Guimarães, do Ceará, tentou desvincular o partido da polêmica com a
PEC 33, apesar de a proposta ser de autoria de um petista, Nazareno Fonteles,
este lá do Piauí, e ter sido pautada por outro, o presidente da CCJ Décio Lima,
além de ter o apoio de dois petistas condenados no mensalão, José Genoino e
João Paulo Cunha, esses bandidos representantes de São Paulo.
A oposição também
reagiu. O PSDB e o novo MD protocolaram mandados de segurança no Supremo
pedindo a suspensão da tramitação da PEC.
Mas será que não é hora
de fechar o Congresso e transformar tudo aquilo em presídio?
Nenhum comentário:
Postar um comentário