segunda-feira, 1 de abril de 2013


Dilma calada já está errada

Gerson Tavares
 





“Quando a pessoa não sabe o que falar, o ideal é ficar calada”. Foi mais ou menos assim que eu entendi a fala do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, quando quis explicar as declarações da presidente Dilma Rousseff, que na manhã de quarta-feira, dia 27, dando uma desculpa, disse que foram entendidas de forma equivocadas as palavras da presidente. Mas Tombini, “meio sem graça” afirmava que Dilma pediu que o "mal entendido fosse desfeito e que não há tolerância em relação à inflação".

E foi a Dilma que solicitou a ele, que também reforçasse, se fosse necessário, que os instrumentos de política monetária deverão ser usados. "De inflação fala a equipe econômica. Em relação à política de juros, fala o Banco Central", “tirou onda” Tombini, reforçando que esta é a posição da presidente Dilma.

E através do blog do Planalto, Dilma disse que "houve interpretações equivocadas" sobre seus comentários a respeito de inflação. "Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo."

Mas na manhã do mesmo dia, em encontro de chefes de Estado dos Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - na África do Sul, Dilma disse que "não acredita em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico".

Tudo isso aconteceu porque as declarações da presidente reduziram as apostas de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia. As taxas futuras, que já caíam desde a abertura do mercado, acentuaram o movimento imediatamente após as palavras da presidente.

As palavras de Dilma, na véspera da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, foram muito criticadas por alguns agentes, porque atrapalharia o esforço do presidente do BC, Alexandre Tombini, em ancorar as expectativas do mercado.

Uma semana antes Tombini havia alertado que a instituição está atenta à evolução da inflação, e caso necessário, vai agir para coibir sua alta. Tombini está usando novamente o termo "resistência da inflação". "A maior dispersão recentemente observada de aumentos de preços ao consumidor, pressões sazonais e pressões localizadas, entre outros fatores, contribuem para esse quadro de maior resistência".

Realmente Dilma é uma pedra nos sapatos, tanto da equipe econômica como também do Tombini. 

Um comentário:

Saulo Gomide disse...

Gozado... Será que a Dilma rasgou o diploma de 'Mestre De Ciências Econômicas"? Ela não era 'doutora' e 'mestre'?
Se não fossem Itamar Franco e Fernando Henrique, o Brasil já tinha ido à bancarrota a muito tempo.
Esse pessoal petista não entende de nada e só está no governo porque o eleitor vende o voto. Alás, vende não, troca por esmola.
Caraguatatuba - SP