sexta-feira, 12 de abril de 2013


Caiu a mascara do Chalita

Gerson Tavares








O ex-sócio de uma companhia de automação disse ao Ministério Público de São Paulo que foi até o apartamento do deputado e então secretário de Educação paulista Gabriel Chalita (PMDB), em 2004, para prestar serviços que haviam sido pagos por uma empresa que tinha contratos com a pasta.

Este ex-sócio é o Cesar Valverde, que apresentou à promotoria uma nota fiscal no valor de R$ 10 mil para a instalação de equipamentos eletrônicos no imóvel do parlamentar. Este documento foi emitido em nome da Interactive, firma ligada ao grupo educacional COC,  mas Chalita diz desconhecer o pagamento.

Os promotores dizem que o grupo vendeu softwares no valor de R$ 14 milhões ao Fundo de Desenvolvimento da Educação (FDE), do governo paulista, quando Chalita foi secretário, entre 2002 e 2006.

O Ministério Público investiga acusações de que Chalita teria recebido propina e presentes do grupo COC para beneficiar a empresa nos processos de contratação do governo. Os procedimentos foram abertos após denúncias feitas pelo analista de sistemas Roberto Grobman, lembram dele? Ele é um ex-funcionário da Interactive.

Valverde disse ao promotor Nadir de Campos Jr. que a empresa Valverde Áudio e Vídeo elaborou o projeto de instalação de equipamentos eletrônicos em 2004, em nome de Márcia Alvim, assessora do ex-secretário e que naquele momento fazia o seu papel de "laranja". O empresário afirma ter recebido US$ 79.723 em uma conta no Bank of America, dos Estados Unidos, para comprar as máquinas. Em seguida, cobrou ainda um valor de R$ 10.389,76 para a instalação.

A nota fiscal referente à prestação desses serviços, de número 0166, foi emitida em nome da Interactive Sistemas Educacionais Ltda., no dia 21 de outubro de 2004. E-mails apresentados anteriormente aos promotores revelam que Valverde e seus funcionários entraram em contato com Grobman para cobrar o depósito.

Mas é aí "que a porca torce o rabo", porque Valverde confirmou ao Ministério Público que o equipamento foi instalado no apartamento de Chalita, no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Ele disse que "após a prestação do serviço", foi ao imóvel para dar instruções ao então secretário sobre a operação das máquinas.

Isso quer dizer que o Chalita foi muito bem instruído quanto ao funcionamento do sistema de automação implantado no imóvel. O empresário afirmou ainda que, em 2009, emitiu, em nome de Chalita, um "termo de encerramento de responsabilidade" referente àquela instalação de equipamentos. claro que a assinatura no documento é de uma funcionária do deputado, mais uma "laranja" do cesto de Chalita.

Agora o Ministério Público está pedindo às autoridades americanas a quebra do sigilo das contas de Valverde para tentar rastrear os pagamentos e comprovar que o grupo COC também foi o responsável pela compra dos equipamentos que foram instalados no apartamento de Chalita. 

Pelo sim pelo não, "cadeia nele!".

Um comentário:

Anônimo disse...

Este Chalita é como todo o político aproveitador. Tira onda, mas também dá os seus golpes. Mas ladrão é assim mesmo.
São Paulo