Caiu
a mascara do Chalita
Gerson
Tavares
O ex-sócio de uma companhia de automação
disse ao Ministério Público de São Paulo que foi até o apartamento do deputado
e então secretário de Educação paulista Gabriel Chalita (PMDB), em 2004, para
prestar serviços que haviam sido pagos por uma empresa que tinha contratos com
a pasta.
Este ex-sócio é o Cesar Valverde, que apresentou à promotoria uma
nota fiscal no valor de R$ 10 mil para a instalação de equipamentos eletrônicos
no imóvel do parlamentar. Este documento foi emitido em nome da Interactive, firma
ligada ao grupo educacional COC, mas Chalita diz desconhecer o pagamento.
Os promotores dizem que o grupo vendeu
softwares no valor de R$ 14 milhões ao Fundo de Desenvolvimento da Educação
(FDE), do governo paulista, quando Chalita foi secretário, entre 2002 e 2006.
O Ministério Público investiga acusações de
que Chalita teria recebido propina e presentes do grupo COC para beneficiar a
empresa nos processos de contratação do governo. Os procedimentos foram abertos
após denúncias feitas pelo analista de sistemas Roberto Grobman, lembram dele? Ele é um ex-funcionário
da Interactive.
Valverde disse ao promotor Nadir de
Campos Jr. que a empresa Valverde Áudio e Vídeo elaborou o projeto de
instalação de equipamentos eletrônicos em 2004, em nome de Márcia Alvim,
assessora do ex-secretário e que naquele momento fazia o seu papel de "laranja". O empresário afirma ter recebido US$ 79.723 em uma
conta no Bank of America, dos Estados Unidos, para comprar as máquinas. Em
seguida, cobrou ainda um valor de R$ 10.389,76 para a instalação.
A nota fiscal referente à prestação desses
serviços, de número 0166, foi emitida em nome da Interactive Sistemas
Educacionais Ltda., no dia 21 de outubro de 2004. E-mails apresentados anteriormente aos promotores
revelam que Valverde e seus funcionários entraram em contato com Grobman para
cobrar o depósito.
Mas é aí "que a porca torce o rabo", porque Valverde confirmou ao Ministério Público
que o equipamento foi instalado no apartamento de Chalita, no bairro de
Higienópolis, em São Paulo. Ele disse que "após a prestação do
serviço", foi ao imóvel para dar instruções ao então secretário sobre a
operação das máquinas.
Isso quer dizer que o Chalita foi muito bem instruído quanto ao funcionamento do sistema de automação implantado no
imóvel. O empresário afirmou ainda que, em 2009,
emitiu, em nome de Chalita, um "termo de encerramento de
responsabilidade" referente àquela instalação de equipamentos. claro que a assinatura no documento é de uma funcionária do deputado, mais uma "laranja" do cesto de Chalita.
Agora o Ministério Público está pedindo às autoridades americanas a quebra
do sigilo das contas de Valverde para tentar rastrear os pagamentos e comprovar
que o grupo COC também foi o responsável pela compra dos equipamentos que foram
instalados no apartamento de Chalita.
Pelo sim pelo não, "cadeia nele!".
Um comentário:
Este Chalita é como todo o político aproveitador. Tira onda, mas também dá os seus golpes. Mas ladrão é assim mesmo.
São Paulo
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