Ecad virou cartel musical
Gerson Tavares
É
nessa hora que o artista se sente explorado. E é exatamente quando ele vê que o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica condenou o Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição, o famoso Ecad, e as seis associações
representativas de direitos autorais que o compõem por formação de cartel, ao
fixar preços para atividades do mercado musical. Além disso, condenou o Ecad
por fechamento de mercado.
Foi
o órgão antitruste que aplicou uma multa total de R$ 38,2 milhões, que deve ser
paga em até 30 dias e determinou que as práticas abusivas à concorrência fossem
suspensas e recomendou ao Ministério da Cultura que passe a regular a área. Quando
eu escuto falar em Ministério da Cultura eu começo a tremer, porque não vejo em
um órgão como ele, capacidade moral para exercer essa regulação.
O
relator do processo, Elvino Mendonça falou: "Entendo que, com o atual
sistema de arrecadação, dado que existe concorrência de distribuição e que não
inviabiliza a concorrência, ou seja, não é bicho de sete cabeças. o Ecad, de
fato, se sentou com as associações para fixar preços de cartel",
E
como sempre a votação não foi unânime. Três conselheiros seguiram o parecer de
Mendonça e dois compactuaram com parte da avaliação. Dessa forma, o placar
ficou em 4 a 2. O caso foi aberto em
função de denúncia que partiu da Associação Brasileira de Televisão por
Assinatura (ABTA), em abril de 2010. O argumento da ABTA era que o Ecad e suas
associadas abusariam do poder legal concedido às instituições porque, além de
proteger profissionais da área, fixariam, em acordo entre concorrentes, valores
"abusivos" cobrados às empresas de televisão por assinatura.
Bem,
se existe cartel eu não sei, mas em relação ao “valor abusivo”, mesmo como
compositor não vejo assim, já que não é tão cara por execução de música para as
emissoras. A tabela do Ecad é até bem acessível para as emissoras, até bem
menor que para os shows beneficentes que acontecem e posso dar exemplo da festa
junina do retiro dos Artistas, onde os artistas abrem mão dos cachês, mas o
Ecad está lá para cobrar bem mais caro que cobra das emissoras de radio e
televisão.
Isto sim, precisa ser olhado com melhores olhos.
Um comentário:
Enquanto isso tudo acontece, no ponto dos compositores, ali na 13 de maio, os artistas se reúnem e choram suas mágoas.
Rio de Janeiro
Postar um comentário