terça-feira, 24 de junho de 2008

Perguntar não ofende: as obras eram
realizadas pelo Exército?



Gerson Tavares


Vendo o noticiário da semana passada e do fim de semana, comecei a juntar uma informação daqui, outra dali, outras mais e mais, lendo jornal, ouvindo rádio e vendo televisão e cheguei à conclusão que este “Cimento Social” ainda vai virar “Cimento Infernal”, mesmo com toda a santidade do pastor. Muita confusão ainda está por vir, principalmente depois que a Advocacia Geral da União saiu na frente e pediu a revogação da ordem da juíza Regina Coeli de Carvalho para retirada dos militares do morro da Providência, já que eles estariam no local em desacordo com a Constituição Federal. Logo depois o ministro da Defesa, Nelson Jobin, o “Indiana Jones” brasileiro, disse que a retirada das tropas do morro, corresponderiam à paralisação total das obras já que elas eram realizadas pelo Exército. Isto dito pelo ministro da Defesa, se analisar-mos em todos os pontos e vírgulas da oratória do ministro, deu para entender que até a mão de obra era executada por soldados. Se ao pé da letra, a mão de obra era do exército, ficou muita coisa para ser explicada, mas mesmo não acreditando que fosse isso, garanto que o Jobin deixou passar essa “idéia”. E aí eu pergunto: se isso for uma verdade, será que tem alguma empresa empreiteira recebendo pelas obras?


Seguindo por essa “idéia” ou outra qualquer, temos que pensar que essa “loucura coletiva”, quando todos demonstraram grande interesse nesse “Cimento Social”, inclusive Lula e Jobim, que acharam muito normal soldados servirem como “seguranças” ou até “trabalhadores” em obras eleitoreiras como neste caso já está provado e que culminou com soldados do exército acusados de entregar três jovens a traficantes de outra favela. Os militares foram indiciados pela polícia, mas no morro da Mineira, onde os rapazes foram assassinados, ninguém foi preso até agora. Para aqueles que quiserem ver, os bandidos continuam armados e podem ser vistos do asfalto, andando tranquilamente no Morro da Mineira, todos os dias e a qualquer hora. Mas preso que é bom, nem pensar.

Mas a ordem da Justiça a muito custo foi acatada. Primeiramente peitada pelo comando militar, mas ontem as tropas começaram a sair. Resta saber se sai de vez ou ainda fica disfarçada, sim, porque agora tudo dá para acreditar. Mesmo com a ordem judicial eles ainda tentavam ficar, por que agora não podem forçar um pouco mais a barra? Será que agora a força do pastor Crivella vai respeitar também a Justiça terrena?

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