quarta-feira, 25 de junho de 2008

Grupo nega ter enganado mídia sobre
tribo isolada da Amazônia




Nesta foto indios apontam flexas
para helicoptero que sobrevoa aldeia






RIO DE JANEIRO - Uma organização que defende os direitos dos povos indígenas negou ontem, que, junto com o governo brasileiro, tenha enganado a mídia no mês passado sobre fotos de uma tribo isolada da Amazônia. O jornal britânico Observer informou no último domingo que a tribo não seria “isolada e não descoberta”, mas sim, conhecida do governo brasileiro há quase cem anos, e que as fotos foram uma tentativa de divulgar o risco que os índios enfrentam por causa da ação dos madeireiros.

A reportagem levou alguns órgãos de imprensa a qualificar as fotos de fraude. Mas a organização que ajudou a divulgar as fotos no dia 29 de maio, a Survival International, cuja sede fica em Londres, afirmou que não havia descrito a tribo como “perdida” e havia dito na época que o objetivo era mostrar ao mundo sua existência. “Esses índios estão em uma reserva expressamente estabelecida para a proteção das tribos não-contactadas. Dificilmente eles eram desconhecidos”, assinalou em um comunicado o diretor da Survival International, Stephen Corry. “O que é verdade, e continua sendo, é que até onde se sabe até agora, estes índios não tiveram nenhum contato pacífico com pessoas de fora”, completou Stephen.

As fotos dos índios pintados com pigmentos e ameaçando com arcos e flechas o avião onde estava o fotógrafo foram divulgadas pela mídia do mundo todo. Muitos órgãos de imprensa informaram que se tratava de uma tribo “perdida” e uma descoberta completamente nova. O funcionário da Funai José Carlos Meirelles, que tirou as fotos, disse à época: “Nós fizemos o sobrevôo para mostrar as casas, para mostrar que eles estão lá”, segundo informa agora a Survival International.

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