Henrique
também quis aparecer
Gerson
Tavares
[
Depois
da fala de Renan, o ciúme do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que
também é do PMDB, fez com que ele fosse também para a televisão na noite de
Natal, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, colocar em discussão
no ano que chegou o fim da reeleição para cargos do Executivo e o fim do voto
obrigatório no País.
As
duas propostas constam de um projeto de reforma política formulado no ano
passado na Câmara. Claro que no texto está uma resposta dos parlamentares à
tentativa frustrada da presidente Dilma Rousseff de realizar um plebiscito sobre
mudanças no modelo eleitoral brasileiro. Dilma tomou a iniciativa de propor a
consulta popular após as manifestações de junho, que abalaram sua popularidade
e de praticamente toda a classe política nacional. Como Dilma, também o Eduardo
Alves só está jogando para as arquibancadas.
E
no “compromisso” de Alves está também um recado ao Supremo Tribunal Federal,
que começou a decidir sobre o financiamento de campanhas por empresas privadas
e tem outros temas da reforma política prontos para entrar na pauta.
Disse
ele: "Vamos avançar na trilha das mudanças, fazendo reformas, votando
medidas corajosas, que melhoram a vida dos brasileiros e fortalecem nossa
democracia. São temas urgentes. Um deles é a emenda constitucional da reforma
política, para discutir o fim do voto obrigatório, o financiamento das
campanhas e a reeleição no Executivo".
A
proposta enfatizada por Alves é fruto de um grupo de trabalho coordenado pelo
deputado Cândido Vaccarezza, este do PT. Além do voto facultativo e do fim da
reeleição para o Executivo, há mudanças nos modelos de eleições proporcionais e
financiamento de campanhas.
Entre
essas mudanças está a criação de grandes distritos que elegeriam seus
representantes do Congresso, além da criação de um modelo de financiamento em
que os partidos escolheriam quem bancaria as campanhas de seus candidatos, se o
Estado ou as empresas ou ambos.
Consta
ainda uma nova cláusula de barreira retirando o acesso ao fundo partidário e ao
tempo de TV das legendas que obtiverem menos de 5% dos votos para a Câmara dos
Deputados. Mas será que o certo não é cassar o partido? Se ele não disser ao
que veio, é hora de sair do cenário.
Mas
o texto enfrenta muitas resistências. A principal é no próprio PT de
Vaccarezza. Além da defesa do plebiscito proposto por Dilma, o partido tem como
princípio o voto em lista e o financiamento exclusivamente público. A executiva
petista aprovou até uma nota criticando o trabalho do grupo liderado pelo
deputado. O partido comanda a Comissão de Constituição e Justiça e conseguiu aprovar
requerimento do deputado Ricardo Berzoini, também do PT, para a realização de
um seminário em 2014 antes da votação. Após passar pela CCJ, o texto irá para
uma comissão especial para ser debatido por, no mínimo, 10 sessões. Alves
espera levar o tema ao plenário em abril.
No
fundo, todos querem é dinheiro e se houver acordo quanto a isto, o povo que se
dane.
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