Funcionários
fantasmas, uma “ala remunerada”
Gerson
Tavares
O
carnaval está chegando e os desfiles de Escolas de Samba estão em alta, mas uma delas já está se destacando neste carnaval de 2013. Tudo isso porque com a eleição de
um novo prefeito para uma cidade, tudo poderá também mudar no enredo da Escola
de Samba Beija Flor.
Foi
olhando assim que vi o noticiário da semana passada falando sobre os
“fantasmas” da prefeitura da cidade de Nilópolis, aquele município da Baixada
Fluminense que tenta roubar o título de cidade do samba do bairro de Madureira,
subúrbio que tem a honra de abrigar as Escolas de Samba, Império Serrano e Portela.
Mesmo
com o Anísio Abraão David teimando em dizer que Nilópolis é a cidade do samba e
como a família tem a política do município nas mãos já por algumas décadas,
tudo vinha correndo às mil maravilhas. A escola sempre foi uma escola
luxuosíssima e fazia jus à máxima de Joãozinho Trinta, que “quem gosta de
miséria é intelectual”.
Mas
o ano de 2013 chegou e trouxe para o clã dos Abraão David uma derrocada
política, pois tanto em Nilópolis, onde o prefeito que tentava a reeleição, o Sérgio
Sessin, dançou, como também em Mesquita, onde tentava abrir o leque pelas
prefeituras da Baixada Fluminense, dançou e dançou bonito, o Farid Abraão David,
que já foi prefeito de Nilópolis por oito anos e agora tentava colocar um
tentáculo da família no município vizinho.
E
foi aí que aconteceu o que ninguém esperava, quando o prefeito atual de
Nilópolis, o Alessandro Calazans, resolveu tomar conhecimento de quantos
funcionários tem a prefeitura. Qual não foi a surpresa ao ver que quase mil
funcionários são “fantasmas”. E pelo que entendi daquilo que falou o vice-prefeito
da cidade, Nilópolis é o menor município do Estado de Rio de Janeiro, mas o seu
quadro de funcionários daria para fazer funcionar a maquina de pelo menos três
municípios da Baixada Fluminense.
Depois
de uma auditoria, os números chegaram a quase mil “funcionários fantasmas”,
daqueles que nunca passaram pela porta da prefeitura, mas que todo mês tinha a
grana na conta bancaria. Só de 870 cargos comissionados, 40% eram de
funcionários fantasmas. Dos 900 contratados, 50% recebiam sem trabalhar. Pelo
que falam, com o corte só deste efetivo, o município economizará R$ 3 milhões.
E
o mais importante é que a maioria das contratações foi feita dias antes do
prazo estipulado pela lei. A folha de pagamento inchou justamente antes do
período eleitoral, aliás, período de atacar o carnaval no barracão da Beija Flor. Sérgio Sessin chegou ao cúmulo de em 2011 criar uma
secretaria de administração regional com 15 funcionários, incluindo o
secretário que ganhava R$ 4 mil. Mas como ele tinha certeza de sua vitória nas
urnas, não se preocupou de dar a esta secretaria, nem sede, nem telefone e
muito menos espaço físico.
E
foi aí que eu fui procurar saber o enredo da Beija flor para 2013 e vi a
solução para encontrar os “fantasmas”.
“Sou Manga Larga
Marchador! Um vencedor, meu limite é o céu! Eu vim brilhar com a Beija-Flor, Valente
guerreiro, amigo fiel!".
Como o limite é o céu,
como o guerreiro é valente e sua fidelidade é sua máxima, chegou a hora da
prefeitura colocar um relógio de ponto no barracão da Escola Beija Flor, lá na
cidade do Samba, na região do Porto Maravilha, que lá serão encontrados até
mais de mil que há muito tempo vinham recebendo pela prefeitura de Nilópolis.
É tudo uma questão de
raça e desta vez, foi o “Manga Larga Marchador”.
Um comentário:
Assim é mole ser a escola mais rica da avenida. Além do bicho ainda uma prefeitura dando dinheiro, fica muito fácil.
Oswaldo Cruz - Rio
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