segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Este é o governo honesto da Dilma

Gerson Tavares






Quando Lula batia no peito e dizia que só ele era ético, honesto e o único com moral, realmente ele deveria estar falando dos petistas. Lula se julgava o único do PT que podia falar em moral e ética e hoje dá para entender o que ele queria dizer, que, dentro dos parâmetros petistas, não existia outro. 

E isso ficou claro depois que a Lei de Acesso a Informação passou a vigorar. E foi exatamente em 2012 quando essa lei entrou em vigor, que os gastos com aquele “famigerado” cartão corporativo mostraram que continuavam a todo vapor.

Mas hoje ficamos sabendo que quase metade dos gastos com cartões corporativos do governo federal foi mantida em segredo. O argumento é que são informações estratégicas para a segurança da sociedade e do Estado brasileiro. Será que esconder os desmandos trás mais segurança à sociedade e serve para segurança do País? Só pode ser brincadeira.

Mas o que sei é que entre janeiro e setembro de 2012, 46,2% das despesas com os tais cartões foram classificadas como sigilosas e para ser ainda mais dramática a situação, as informações referentes aos meses finais de 2012 ainda não foram enviadas pelo Banco do Brasil à Controladoria-Geral da União (CGU) para divulgação no Portal da Transparência do governo. Não sei não, mas quando isso acontecer, eu tenho certeza que deverá ser desastrosa.

Já o número de cartões corporativos é assustador, porque são mais de 13 mil, “eu falei treze mil”, os portadores dos cartões de pagamento do governo espalhados pelo País e eles gastaram, “de forma secreta”, R$ 21,3 milhões dos R$ 46,1 milhões pagos pelo chamado suprimento de fundos.
Claro que a maioria e de compras e saques da Presidência da República, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal. Na Presidência, 95% das despesas com cartões são sigilosas. Só 5% são realmente coisas necessárias, pelo que deu para entender.

Mas como pela legislação, o uso do chamado suprimento de fundos, o que quer dizer, os cartões corporativos não é regra e deve ser usado como exceção e em casos de despesas excepcionais ou de pequeno vulto, como compra de material de consumo e contratação de serviços.

A Abin se defende e diz que utiliza o cartão de forma "ostensiva" para atender às demandas administrativas de 26 superintendências estaduais vinculadas. O Gabinete de Segurança Institucional, que manda na Abin, afirma que os cartões de pagamento são usados em ações de caráter sigiloso em conformidade com a lei. Já a Polícia Federal, órgão submetido ao Ministério da Justiça, cujos gastos secretos por meio de cartão corporativo são altos, nem quis comentar o assunto.

Quanto a Secretaria de Administração, que é responsável pela gestão dos cartões da Presidência, falou que os cartões corporativos se destinam a atender as despesas eventuais de pronto pagamento e que, por sua excepcionalidade, não podem se subordinar ao processo normal de empenho. A Vice-Presidência da República, que gastou R$ 537,8 mil com os cartões, disse que não poderia responder aos questionamentos porque seus servidores estavam em recesso. Com essa posição a Vice-Presidência quis dizer que ali nada é controlado e tudo é no “vai da valsa”. 

Os últimos dados disponíveis na página da CGU são do mês de setembro. Até a última semana do ano o portal estava desatualizado e divulgava informações referentes à fatura de maio, um atraso de mais de seis meses na divulgação de informações públicas. Isso é mesmo que boicotar informações para poder ganhar tempo para a desculpa esfarrapada que virá depois.

Mas o pior disso tudo que foi a própria presidente Dilma que assinou o compromisso de implantação do projeto Governo Aberto.

Durante a abertura da 1.ª Conferência de Alto Nível Parceria para o Governo Aberto (OGP) em abril do ano passado, Dilma ressaltou o "grande compromisso" do governo com a transparência e destacou o Portal da Transparência. "O Portal divulga todas as despesas do governo federal em base diária e nos mínimos detalhes. Quem acessá-lo nesta manhã verá que todos os gastos realizados até a noite de ontem estão lá expostos e configurados". Isso ela falou, mas entre ela falar e fazer vai uma enorme diferença.

E pensar que o Orlando Silva, aquele baiano, ministro dos Esportes, lembram, em 2008 dançou porque pagou uma “tapioca” com o “maldito” cartão corporativo. Pelo visto, agora a Dilma tinha que ser presa e condenada à prisão perpétua. 

2 comentários:

Francisco Bonati disse...

Dilma não está nem para o falam. Tenho certeza que, como a filha do Lula usava o cartão corporativo lá em Santa Catarina, agora o ex-marido de Dilma deve estar metendo esse maldito cartão em suas andanças. São todos uns aproveitadores, mas espero que esse tempo esteja no fim. Já não tenho mais saco para aturar tantos aproveitadores.
Curitiba

Paulo Alberto Sendas disse...

Honestidade é o modo que temos para ver as coisas. Se o assunto é política, tudo é honesto até que venha à tona o modo como foi feito aquele determinado acerto.
Político que é sério não entra em acordos e acertos. Cumpre e faz cumprir a lei.
Mas essa modalidade de fazer, passou a ser um 'boboca' aquele que não aceita ser 'bandido'.
Belo Horizonte