sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Turismo sexual, uma realidade

Gerson Tavares

Um dos maiores males da nossa realidade nos dias de hoje é a exploração sexual de crianças e adolescentes. Ela acontece em qualquer lugar, da grande cidade até as mais miseráveis do nosso imenso país. Um verdadeiro câncer que está consumindo as famílias de uma sociedade que nada faz para se salvar.
Lógico que por estar muito ligado à pobreza e falta de apoio familiar, este é um problema que se agrava a olhos vistos, principalmente em regiões como a Amazônia, que em 90% dos casos, as crianças são colocadas nesta situação pela família, por uma questão de subsistência e por falta de políticas sociais.

Na Amazônia, entre as várias formas de exploração sexual de crianças, duas são as mais comuns. Nos postos de abastecimento de combustíveis nas rodovias, as crianças geralmente são oferecidas pelas próprias famílias a caminhoneiros por valores irrisórios. Além desta prática, muitas pessoas inescrupulosas e com maior poder aquisitivo costumam pegar as crianças em casas de famílias pobres para “criar e fazer serviços domésticos”. Neste caso, em sua maioria, elas acabam virando escravas sexuais.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Pará, Ismar Ferreira, conta que uma vez ele descia uma área perto do Rio Gurupi, na Amazônia, e lá encontrou um senhor de 72 anos vivendo com uma criança de 11 que ele trocou por um saco de farinha. Este é um caso entre milhares que se encontra nas andanças pelo país. O litoral nordestino está gerando um turismo muito grande nos últimos anos. Mas prestem atenção na espécie de turismo. Infelizmente é o chamado “turismo sexual”, onde meninas de onze, doze anos, são “alugadas”, muitas pelos próprios pais, para “gringos” que para lá se dirigem para extravasarem seus instintos bestiais.

Para extirparmos este câncer não basta prender, mas principalmente dar apoio social às famílias. É necessário realizar um trabalho voltado para as famílias dessas crianças, para que ela não seja mais usada como mercadoria de troca.

O verão está chegando. É hora das autoridades acordarem. Uma fiscalização mais atuante poderá reprimir essa covardia que está sendo feita com meninas pobres em sua grande maioria na faixa etária aproximada dos 15 anos e que por falta de respeito de toda uma sociedade, já estão morrendo antes mesmo de viverem a vida.

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