quarta-feira, 12 de novembro de 2008

“Bolsa Família”, a “esmola da ilusão”

Gerson Tavares

Em um país onde o assistencialismo passou a imperar já de algum tempo, as famílias de menor poder aquisitivo aprenderam a esperar pelas “bolsas” dos governos.

Cada “bolsa” é condicionada a alguma contrapartida. Agora mesmo tivemos as Eleições e muita “Bolsa Família” foi trocada pelo voto em candidato fulano ou sicrano. E o pior é que é sempre assim, desde quando um par de sapatos era trocado pelo voto. Um pé de sapato na hora da transação e o outro pé, só depois do candidato ser eleito. E trocas e mais trocas foram feitas por todo o tempo que se conhece de “eleições” deste país.

Mas a concessão do Bolsa Família, usada honestamente, é condicionada à freqüência escolar dos estudantes, que precisam comprovar o comparecimento a pelo menos 85% das aulas em cada mês e se o estudante ficar durante cinco períodos abaixo dessa média de presença na sala de aula, o benefício é cancelado automaticamente.

E isso seria uma realidade que poderia fazer com que as crianças desse imenso Brasil, freqüentando as aulas e tendo que estudar para terem notas para passar de ano, saíssem de vez do analfabetismo e num futuro bem próximo tivéssemos um país culto. Mas a realidade é bem outra, até porque depois que inventaram a aprovação automática, este negócio de freqüência só serve para garantir a merenda, além da “Bolsa Família”.

Agora mesmo, ontem para ser mais preciso, terminou o prazo para os municípios registrassem as informações sobre a presença escolar dos beneficiários da “bolsa”, referentes aos meses de agosto e setembro. E como esta informação só tem efeito para os prefeitos garantirem a “grana” da merenda escolar que é repassada pelo governo federal, a esmola “Bolsa Família” está garantida para essas famílias que não irão ver nunca suas crianças virarem “doutores”.

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