quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Militares não são únicos culpados,
diz ex-preso político



Paulo de Tarso diz que não acha relevante a revisão da Lei da Anistia



SÃO PAULO – “Ele comeu o pão que o diabo amassou com o rabo”, em um passado bem recente durante a ditadura militar. Esta é a história do economista e ex-preso político Paulo de Tarso Venceslau. Agora ele se posicionou contra a revisão da Lei da Anistia, ao dizer que os militares não são os únicos culpados pelas atrocidades no período militar. “Não tem porque mexer nessa lei agora. A história é feita por versões e interpretações. Eu fiquei preso cinco anos e meio, fui torturado, e acho que não tem de mexer porque a gente também cometeu erros, não é só do lado dos militares”, afirmou Tarso em entrevista à rádio Eldorado ontem.

Para Paulo de Tarso, a polêmica em torno da lei não é relevante já que a História já condenou os culpados. “Na verdade, o que todo mundo está querendo é que os torturadores sejam punidos hoje. Acho que é um processo que não vai frutificar, nem deve frutificar, porque mais que persegui-los com as leis hoje, eles já estão condenados pela própria História”.

Paulo acredita que a defesa do ministro da Justiça, Tarso Genro, para que a lei seja revista tem fundo político. “Ele deve estar fazendo uma média com o pessoal mais de esquerda. É mais uma jogada para a platéia que uma garantia, uma luta política reforçada em qualquer coisa mais generosa e ambiciosa. É alguma coisa pensando em 2010 e por aí vai”, concluiu.

Esta é a interpretação de uma realidade, feita por uma pessoa de bem que conhece a fundo todos os meandros dessa política suja que é feita por pessoas que estão no governo e pensando onde podem ganhar mais e mais.

Que me desculpe o amigo e xará, Gerson Nunes, o bom canhotinha de ouro: “Eles querem é levar vantagem”.

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