quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ambulâncias do SAMU viraram caso de polícia

Gerson Tavares


A população do Rio está sofrendo e já não tem com quem reclamar. Quando alguém precisa de algum atendimento que dependa dos órgãos públicos, esteja certo, vai dar com os “burros n’água”.

Agora, depois de não ter atendimento médico nos hospitais e postos de saúde, os atendimentos que envolvem remoção de paciente pelo SAMU passaram a ser “selecionados”. Na Barra da Tijuca, bairro chamado “nobre” da cidade, neste final de semana morreu um porteiro de um condomínio por falta da ambulância, que mesmo solicitada pelo sindico, não aparecia. E o pior de tudo, é que no final das contas, não aparece o culpado.

Mas é bom ficar atento porque essa falta de atendimento das ambulâncias do SAMU não se restringe ao bairro da Barra da Tijuca. O que aconteceu com o porteiro da Barra, é um drama que se repete em todas as comunidades da cidade. Em alguns casos, o serviço não chega mesmo. Não adianta insistir porque não chega. Ligar para 192 é um martírio que se transformou em uma cruz para o carioca. As pessoas já estão se acostumando com a “verdade” que em sua maioria já está se dirigindo por conta própria aos hospitais do Rio.

Os responsáveis (ou serão irresposáveis?) pelo serviço dizem que isto acontece porque os bandidos estão limitando a circulação das ambulâncias. Segundo os responsáveis, são os bandidos que dizem onde pode, onde não pode entrar ambulância, carro da polícia, carteiro, Cedae e Ligth.

Quanto a ser verdade ou não, eu não posso falar, mas que em termos de ambulâncias do SAMU, essa falta de respeito pelo cidadão não é só por causa de bandido, não. Em quase todos os municípios do Rio a coisa é a mesma quando alguém solicita ambulância. Na Baixada Fluminense as ambulâncias em sua maioria, estão paradas por falta de peças. O pessoal para-médico até tem boa vontade, mas condições de trabalho que é bom...

Mas, mesmo que seja verdadeira esta desculpa de que “bandido não deixa”, o problema não é da população. O problema é do secretário de segurança. É problema do governador. O problema e dessa gente que pede para ter cargos no governo e na hora do “pega pra capar”, não assume.

Nos dois casos, é uma falta de respeito tão grande que já, pela sua rotina, transformou-se em crime. E tem mais: “Quem não tem competência, não se estabeleça”.

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