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Biografia
sem dono
José
Dirceu não autorizou,
mas já sente o que poderá
faturar no futuro
Sempre que vejo uma
biografia não autorizada ser lançada já fico esperando o que alguém irá faturar
com aquela publicação. E na semana passada foi lançada a biografia não
autorizada do ex-quase tudo, mesmo ex-preso, José Dirceu. Este mesmo material
esteve na editora “Leya”, mas ela desistiu de publicar por medo de processos
judiciais. Foi então que o autor, jornalista Otávio Cabral, entregou os
originais a editora Record, que sem alarde, lançou o livro na certeza que vai
faturar até para pagar a indenização por “dano moral”, coisa que não poderá ser
muito dinheiro já que moral é coisa que não existe neste caso.
O livro “Dirceu”,
escrito Otávio Cabral, da revista “Veja”, chegou às livrarias sem divulgação
prévia. A Leya abandonou o projeto por recomendação de sua assessoria jurídica,
porque temia que não apenas Dirceu, mas qualquer pessoa citada na obra poderia
acionar a editora judicialmente.
“A gente sabe o que
significa publicar biografias nesse Brasil”, disse Pascoal Soto, diretor-geral
da Leya. Negando que Dirceu tenha ameaçado impedir a publicação e completa: “O
livro foi descartado por nós, e os originais ficaram com o autor. Acho absolutamente
normal que tenha publicado com a Record”
São 343 páginas onde
são contados fatos da vida do petista da militância estudantil até a condenação
no julgamento do mensalão, no ano passado. Otavio entrevistou pessoas próximas
a Dirceu e obteve dados pela Lei de Acesso à Informação. O livro cita
documentos do 2º Exército que apontam sua participação na morte de um sargento
da PM em São Paulo, em 1972. Militando no Molipo (Movimento de Libertação
Popular), Dirceu e José Carlos Giannini teriam tentado roubar o carro do
policial Thomas Paulino de Almeida.
Um fiscal de obras
disse que Giannini atirou na cabeça do PM. Outras obras sobre o regime militar
não indicam a participação de Dirceu no episódio. Segundo o livro “Habeas
Corpus: Que se Apresente o Corpo”, editado em 2010 pela Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência, os órgãos de segurança acusaram outros três militantes
do Molipo pela morte.
Dirceu sempre teve um
“Sombra” em sua vida para que seu nome nunca apareça como autor de algum crime. Aliás, no caso do "mensalão" ele foi o "Sombra" do Lula.
São coisas do PT.
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