Bolsa Família já foi uma
fábrica de
votos
Gerson Tavares
Todos sabem que a
compra de votos que é feita pelos governos é uma norma na política atual.
Anteriormente, principalmente no sertão nordestino, os “coronéis” trocavam os
votos por uma dentadura, por um jegue para resolver o problema da falta d’água,
por um remédio para salvar a vida de um ancião ou uma criança, mas hoje os
“coronéis” perderam o lugar para os governantes que usam o dinheiro do “cofre
público” para comprar os votos.
E entre essas “esmolas”
que servem como “moeda de troca” pelo voto está o projeto “Bolsa Família”, que
tem a sua força eleitoral reconhecida por situação e oposição. E essa certeza
já está causando preocupações aos dois lados. E isso ficou comprovado quando
eles se manifestaram quando aconteceu aquele episódio da corrida de beneficiários
às agências da Caixa Econômica, diante do boato que o PT andou espalhando de
que o programa seria extinto, tudo com o intuito de acusar a oposição de lançar
o boato. Mas depois que toda confusão chegou ao final, os dois lados cuidaram
de deixar claro que não pretendem acabar com o programa.
Isso só vem provar que
ambos os lados, tanto o que pode usar e o que quer usar o “Bolsa Família”, tem o grande projeto de usa-lo como “moeda
de troca” pelo voto. Os dois lados mostraram de que sabem que o potencial
eleitoral da transferência de renda declina. Mas como sempre que acontece essa
confusão de corre-corre do “eleitor” para salvar suas “migalhas”, alguém acaba
perdendo terreno e desta vez foram os planos políticos da presidente Dilma
Rousseff, que, assim como ocorreu com Luiz Inácio em 2006, chegou ao Planalto
embalada em grande parte pelo sucesso do Bolsa Família.
E como tudo que é
armação, chega um momento que para de ser “vantagem”, mas o povão, que é insaciável, sempre quer
mais. E o PT já sentiu que é hora de arrumar uma nova “mentirinha” para servir
de “moeda de troca”. O presidente do partido, Rui Falcão, já admite que o
programa “Bolsa Família” já não é mais suficiente para, sozinho, reeleger
Dilma.
Já do outro lado, é o
presidente do PSDB e provável candidato do partido à Presidência, senador Aécio
Neves, quem afirma que o programa já está desgastado e precisa ir além da
simples transferência de renda e abrir mais "portas de saída" para as
famílias.
É para mostrar que
realmente “Bolsa Família” já não é mais uma boa, afinal, não está dando para
tomar cerveja mais que três dias e os outros vinte e sete ficar “chupando
dedo”, o cientista político Cesar Zucco, que se dedica a pesquisas sobre o
impacto eleitoral de programas sociais, diz ser inegável o impacto dos
programas de transferência de renda desde 2002, quando Lula resolveu que
comprar votos é bem mais tranquilo que fazer um bom governo, mas Zucco fala que
a cada ano que passa, essa força diminui. Ele também observa que o “Bolsa Família”
beneficia e muito àquele que está no Palácio do Planalto, mas não espalha seus
efeitos diretamente ao PT.
Mas a forma como o
governo e a oposição estão tratando a questão do “Bolsa Família”, há um indício que o peso
eleitoral do programa se mostrou um impacto significativo nas três últimas
eleições presidenciais, mas este efeito eleitoral está diminuindo a cada ano.
E como a imaginação
do político é muito tacanha, tenho a impressão que eles ainda irão apanhar
muito antes de entender que o melhor voto é aquele que é dado por
reconhecimento do seu trabalho, da sua honestidade.
Mas aí também já é querer demais do
político. Honestidade? O que é isso?
Um comentário:
Você só pode estar contando uma piada quando fala em honestidade de político. E em questão de Bolsa Família, com a inflação subi=ndo como está, em 2014 a Dilma vai ter que usar o "Caminhão do Lulão" para comprar votos.
São Paulo
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