E a Vergonha Nacional 

não dá trégua

Gerson Tavares

Quase todos os políticos dos dias de hoje fazem de um tudo para virar notícia policial. É uma luta que não tem discriminação de cargo, não tem partido e nem de estado e assim sendo, a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, que é do DEM, tratou de colocar o seu nome na lista dos “safardanas”. Não é que essa “moça” gastou R$ 102 mil no aluguel de um jatinho que usou para vir ao Rio de Janeiro e voltar a sua cidade, Natal, tudo isso feito em um mesmo dia. 

Essa “jornada” aconteceu no dia 27 de maio passado, quando a Rosalba esteve em uma homenagem ao senador Garibaldi Alves, aquele que foi ministro e só fez “M”, que é do famigerado PMDB. Esta homenagem aconteceu pela manhã lá em Natal e, à tarde, ela esteve na comemoração de 35 anos de fundação do Telecurso 2000 2º Grau, na Fundação Roberto Marinho, no Rio de Janeiro.

Mas como sempre acontece, a assessoria da governadora avaliou que a despesa "não foi nenhuma exorbitância". Para falar da despesa, o secretário da governadora assim explicou: "Não foi uma exorbitância. Em dois anos e meio de governo é a terceira vez que ela alugou um jato". Disse ainda que a governadora tinha compromissos inadiáveis no dia em que precisou do avião particular. 

E eu, que não gosto de falar mal de ninguém sem ter certeza, procurei saber com os colegas da imprensa que cobrem a política em Natal e recebi notícias de que a governadora ainda tinha outro compromisso naquele mesmo dia em Natal. Ela já tinha agendado o cabeleireiro para as 19 horas daquele dia.

E como secretário que precisa garantir o lugar, ainda segundo Braga, este é o “nome de guerra” do secretário, as duas aeronaves reservadas para uso exclusivo da governadora estavam na revisão. A opção de voos de carreira também foi descartada porque todos eles fariam com que Rosalba perdesse seus compromissos. E eu pergunto: “Por que e para que um governador de um estado tão pequeno, como é o Rio Grande do Norte, precisa de duas aeronaves para viajar? Será que ela pensa que o nome do estado dá uma maior extensão territorial ao estado?”.

Mas como desculpa é fácil de arranjar, a Rosalba andou falando que "o expediente de fazer voos fretados eram mais corriqueiros nos governos anteriores ao seu". Teria afirmado também que o retorno financeiro proporcionado pela viagem, que custou R$ 102 mil aos cofres públicos, será maior.

Bem, pelo que entendi a “dona” Rosalba quis dizer: ”Se eu roubei o povo, os outros governadores roubaram muito mais”. Quando ao fato de que o retorno dos R$ 102 mil será maior aos cofres públicos, essa ela deixou no ar. O que ela fez naquele dia que possa render alguma coisa ao Rio Grande do Norte? Talvez ela possa explicar que fez compras no Rio de Janeiro e que por aqui ela pagou menos que lá em Natal, mas será que ela coloca até compras de sapatos e roupas na conta do governo?

Quer saber? É uma tremenda de uma “safardana”.