Comissão de Ética da Presidência
vai
analisar dupla função do
ministro Afif
Gerson Tavares
A
dupla militância de Guilherme Afif Domingos, que assumiu o cargo de ministro da
Secretaria da Micro e Pequena Empresa sem renunciar ao posto de vice-governador
de São Paulo, está servindo para unir mais a aliança com o PSD, mas para o
Palácio do Planalto uma "crise ética" está a caminho. Este acúmulo de
funções será analisado pela Comissão de Ética Pública da Presidência em reunião
do colegiado, mas só marcada para o dia 20.
Só
que segundo a resolução número 8 da comissão, é considerado conflito de
interesses o exercício de atividade que "viole o princípio da integral
dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, que exige
a precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras
atividades".
Claro
que se a coisa for honesta, a resolução poderá levar Afif a ser questionado
pela simultaneidade de atribuições entre o governo federal e o de São Paulo, já
que o texto explica que o conflito de interesses "independe do recebimento
de qualquer retribuição pela autoridade". A regra lembra que autoridade
deve abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo "enquanto perdurar a
situação passível de suscitar conflito de interesses".
E
esta decisão de Afif, de manter as duas funções reedita um problema já
enfrentado no início do governo Dilma pelo ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi,
quando decidiu não se afastar da presidência do PDT. Lupi criou um
constrangimento para a presidente quando a Comissão de Ética recomendou a sua
demissão por conflito ético.
No
Planalto, a decisão de Afif de permanecer servindo ao governo tucano em São
Paulo e ao governo federal petista não foi considerado um obstáculo para ele
assumir o 39.º ministério de Dilma. Claro está que o interesse da Dilma é trazer
o PSD para o governo e tentar, com isso, turbinar o seu tempo de TV na campanha
à reeleição em um minuto e 39 segundos, o terceiro maior tempo de propaganda
depois do PT e PMDB.
Não
tem mais jeito esse Brasil. É vergonha por cima de vergonha.
Um comentário:
Na verdade a analise é se o cara vai ajudar a desgovernar o país. Se com ele no governo o partido votar com a Dilma, não há porque discutir. Está dentro e não se fala mais nisso.
Brasíçlia
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