quarta-feira, 1 de maio de 2013


Dia do Trabalhador

Gerson Tavares







Quem conheceu o Brasil de alguns anos atrás, sabe muito bem o que vinha a ser o “Dia do Trabalhador”. Lembro quando ainda criança ouvia pela Rádio Nacional o discurso de Getúlio Vargas, direto do estádio de São Januario, falando a todos os “Trabalhadores do Brasil”. Com aquele sotaque gauchesco, a sua voz ecoava pelos quatro cantos do País através dos velhos “rádios galena” .

E o Dia do Trabalho, que é comemorado em 1º de maio em vários países do mundo, era um feriado nacional respeitado pela classe que era trabalhadora de verdade. Mas hoje em dia, no Brasil talvez já não houvesse a necessidade desse feriado, já que os trabalhadores de hoje já não são assim tão trabalhadores. Pelo menos é assim que vejo hoje os trabalhadores que são valorizados pelo governo, já que os poucos que ainda “trabalham de verdade”, já não estão lá “com essa bola toda”. Mas o feriado está aí, mentindo, mas festejado pelos “falsos” trabalhadores porque eles sabem que é assim que ganham muito bem a vida, no bem bom de ser “trabalhador de mentirinha”.
  
Mas a História do Dia do Trabalho vem de longe, desde o ano de 1886 na industrializada cidade norte-americana de Chicago. Foi no dia 1º de maio daquele ano, que milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou a revolta dos trabalhadores, fato que provocou mais enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Aqueles dias foram marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

E aqui no Brasil a data é comemorada desde o ano de 1895, mas somente em setembro de 1925 esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes. Muitos fatos importantes estão relacionados ao 1º de maio no Brasil. Foi em de 1940 que o então presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família, tais como moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer. Mas isso ficou lá atrás, porque hoje em dia o salário mínimo não dá nem mesmo para o trabalhador comer com decência. Um ano após, em 1º de maio de 1941, foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, as relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.

Tudo isso aconteceu na década de 1940 e depois disso, o pobre do trabalhador, claro, estou falando do “verdadeiro trabalhador”, foi ficando pelo meio do caminho. Hoje tem valor o trabalhador que se mutila para se aposentar, hoje tem valor o trabalhador que se traveste de sindicalista e negocia com a classe patronal os aumentos salariais e tudo o mais que seja de interesse do patrão.

Mas o 1º de Maio está aí. Que um dia possamos ter um governo que olhe para o trabalhador como um ser necessário para gerar a força do Brasil.

“TRABALHADORES DO BRASIL”... Acordem enquanto é tempo.  

3 comentários:

Francisco Moreira disse...

O Brasil, um país que deveria ser governado pelo partido dos trabalhadores, pelo menos no nome, trata o trabalhador como se ele fosse apenas um estorvo. Mas também, quem é trabalhador nesse partido? O Lula? A Dilma? O Dirceu? O Genoino?
Alguém pode chamar um desses, só que seja, de trabalhador?
Mas nem de brincadeirinha.
Mauá - São Paulo

Lindomar Vasquez disse...

Não vive nesta época, quando Getúlio falava ao trabalhador, mas já ouvi muito falar dela. Meu pai não era partidário do baixinho, mas sempre fala que ele sim era um defensor do trabalhador. E é só ver que as principais leis voltadas ao trabalhador são daquele período.
E no entanto hoje temos gente falando que são os verdadeiros defensores do trabalhadores, mas só fazem por eles. Até o nome do partido foi 'roubado' do trabalhador, mas trabalhador só faz sofrer.
Pobre trabalhador brasileiro.
São Bernardo - SP

Severino das Neves disse...

Infelizmente estou vivendo esses dia atuais poara ver o dia do trabalhador tão deixado de lado. deixado de lado porque hoje o maior nome de um trabalhador se três em quatro letras: LULA, Sim, falei três letras porque o 'L' é repetido. Com Lula, um indigno representante dos trabalhadores, não posso festejar um dia que era, no passado, o dia de festa do povo.
Recife - PE