Eike recebe de mão beijada 

complexo do Maracanã

Gerson Tavares

Assim é mole ser bilionário. Depois que o governo gastou quase ou mais de dois bilhões de reais para fazer um novo estádio onde existia o Estádio Mario Filho, ali no Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro, o governo do Rio anunciou que o Consórcio Maracanã S.A, formado pelas empresas Odebrecht, AEG e IMX, vai administrar por 35 anos o Complexo do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. Todos sabem que este X é a marca registrada do Eike Batista e assim ele passa a ser dono de um complexo que até agora era do povo.

Mas como isso não interessa ao governo, esta escolha, que a mais de um ano já havia sido anunciada, foi escolhida após a análise da documentação de habilitação do consórcio vencedor, na terceira fase da licitação. Tá bom, “me engana que eu gosto”.

O outro concorrente, o Consórcio Complexo Esportivo Cultural do Rio de Janeiro, que é formado pela OAS, Largadère Unlimited e Stadion Amsterdam, e que também estava na disputa, decidiu não entrar com recurso, até porque não iria servir para nada.

Mas tem um detalhe que está pegando e “poderá pegar pra valer”, que é o caso dos camarotes. O secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, mesmo com a Justiça dando ganho de causa aos proprietários que compraram ainda durante a construção do verdadeiro Maracanã por um bom dinheiro para a época da obra, entre 1948 e 1950, está falando que se o governo quiser toma os camarotes, ele toma mesmo e pronto, pois os proprietários "compraram um Fusca e querem hoje ficar donos de uma Ferrari". Só esquece o secretário que aquele fusca daquela época é hoje um Rolls Royce e se ninguém quiser vender, não existe lei que os obrigue a se desfazer do seu “carro de luxo”.

Uma ata foi redigida e encaminhada com toda a documentação para análise do secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, que homologou a decisão.

Mas é aí que vem um dos absurdos dessa licitação, pois o consórcio vencedor "irá arcar com os custos da demolição do Parque Aquático Júlio Delamare", que faz parte do Complexo do Maracanã e ali serão construídos cinco prédios que dará um belo faturamento ao consórcio. Entre eles um edifício garagem que será o prédio mais alto entre os cinco e que pelo que dá para notar cobri=Ra em grande parte a estrutura do estádio que ficará com seu visual arquitetônico quase que totalmente encoberto. E a coisa é tão criminosa, que no projeto esses prédios são no máximo com três andares e na realidade o mais baixo terá cinco andares.

Mas como quem tem dinheiro neste país compra até “vida de pessoas”, o resto é resto mesmo.