terça-feira, 16 de agosto de 2011



PR ameaça deixar base do governo



A derrocada da Dilma pode começar assim


Tudo ia bem até que veio o escândalo envolvendo o partidão, o “famigerado” PMDB, fato que serviu de alerta para os “aliados menores”. Como foi alvo da faxina promovida pela presidente Dilma Rousseff no Ministério dos Transportes, o PR ameaça agora sair da conflagrada base de apoio ao governo no Congresso.

Mas como a decisão só será anunciada hoje, em discurso do senador Alfredo Nascimento (AM), o mesmo que foi defenestrado dos Transportes na esteira das denúncias de corrupção e atualmente comanda o partido, quem sabe se esta missão não poderá ser abortada antes da ida de Nascimento à tribuna?

Blairo Maggi, esperto como uma raposa, falou que "O PR saiu do céu, mas não vai para o inferno. Pagará os seus pecados no purgatório". Padrinho político de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Maggi quer agora que todos os integrantes do PR entreguem seus cargos no governo. Se bem que isso também pode ser só uma jogada para a platéia aplaudir.

Mas a razão maior para essa “grita” de Maggi, é que embora Dilma tenha feito uma “faxina”, como ela mesmo falou, nos Transportes onde derrubou 27 servidores, os superintendentes estaduais do Dnit não mudaram. Só aquele que havia sido escolhido pelo Pagot, o de Mato Grosso, abandonou o posto em solidariedade a ele.

Mas como o PR ainda tem gente sua em cargos na Pasta e ainda ocupa uma diretoria de Furnas, Maggi vai à luta para que o partido abandone o barco. "Não tem sentido adotarmos uma posição de independência em relação ao Palácio do Planalto, sair da base aliada e continuar com os cargos. É possível fazer política sem ter vaga no governo".


Se isso acontecer, também é pensamento de Maggi o PR desfiliar o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que “ficou” sucessor de Nascimento, para quem o partido "não é lixo" nem pode ser "varrido" da administração. "Passos não representa o PR", insistiu. A proposta de expurgo, porém, ainda não tem apoio da maioria.

Dizem que Dilma montou no cavalo, assumiu as rédeas da coordenação política do governo para contornar as insatisfações no PR. Chamou ao Palácio do Planalto o deputado Anthony Garotinho (RJ), que tem feito ácidas críticas a ela na tribuna da Câmara, e apertou o gatilho: "Por que você está falando tão mal de mim?", perguntou Dilma. Depois, mais “vaselina”, Dilma pediu ao Antonio Matheus "compreensão" com o cenário econômico e disse não ser possível aprovar mais despesas, como a proposta de emenda constitucional que estabelece um piso nacional de salários para policiais e bombeiros, a PEC 300, e assim procurou levar para sua “roda” o “briguento” do PR.

Naquele mesmo dia, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniu-se com Nascimento, Maggi e com o senador Antonio Russo (PR-MS). Nem ela nem o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, acreditaram que o PR abandonará a coalizão, embora o partido não frequente mais as reuniões do Conselho Político.

E assim sendo, Dilma cala o Garotinho, Idelli dobra o Nascimento e o Maggi e “tudo fica como dantes no quartel de Abrantes”.

Um comentário:

Douglas Filgueiras disse...

Claro que só vai ficar em ameaça esse negócio de deixar a base aliada.
Eles têm muito apego ao dinheiro.

Douglas Filgueiras
Rio de Janeiro