quarta-feira, 17 de agosto de 2011



E o palhaço o que é?



Gerson Tavares


Quando o palhaço “Tiririca” se candidatou nas eleições de 2010 para uma cadeira na Câmara dos Deputados em Brasília, eu critiquei. Critiquei porque achei simplesmente absurda a proposta de sua campanha, aonde ele chegou a ter como slogan uma frase que eu considerava pejorativa.


Quando um candidato repetia sem parar que “não sabia o que fazia um deputado federal”, mas que com o voto do eleitor ele “poderia descobrir”. E ainda um cartaz com uma foto do palhaço e com os dizeres: “2222 – Tiririca – Pior não Fica”. Achei que aquela brincadeira poderia dar em uma tremenda “sacanagem” com o Brasil.

Há pouco tempo tivemos no horário político da TV e do Rádio, a participação nacional do palhaço “Tiririca” fazendo gozação no tempo do PR. Ele falava sobre nepotismo e mandava o pai continuar a catar latinhas e a mãe a fazer faxina.

Mas na Câmara, embora bem discreto, ele se mostra assíduo e está sempre no plenário. Não se mostrando como um papagaio, mas como uma coruja ele presta uma atenção de dar inveja. Já apresentou três propostas e uma delas prevê a criação de uma “bolsa alfabetização” para adultos que concluírem curso para aprender a ler e escrever. O projeto fixa o valor mínimo de R$ 545 para o benefício.

Os outros dois projetos de Tiririca tratam da criação de “vale-livro” para alunos da rede pública e de serviços de assistência social para profissionais do circo, que vem sendo chamado de “bolsa-palhaço”.

Foi por isso que me chamou a atenção uma entrevista do deputado Francisco Everardo Oliveira Lima, o “Tiririca” ao jornal “Folha de São Paulo”, onde ele se mostra outra pessoa dentro do plenário. Na reportagem ele diz que hoje já sabe o que faz um deputado e diz que “deputado é uma pessoa que trabalha muito e produz pouco”. Tai, estou com ele, pois realmente o político em geral está trabalhando muito para roubar o povo, mas produz quase nada, mas nada mesmo, para este mesmo povo.

Achei muito interessante quando ele diz que a Câmara é “uma fábrica de loucos”. Diz que ainda estranha muito o modo como funciona aquilo lá. Diz ele que ali, “ninguém escuta ninguém durante discussões que varam madrugadas”.

E “Tiririca” fala de um desses momentos: “Um deputado fala e nenhum presta atenção. Outro dia tinha um fazendo um discurso superbacana sobre educação. Outro deputado pediu a palavra e exclamou: ‘Já pedimos para instalarem tomadas novas aqui e não instalaram’. É uma coisa de louco”.

E vendo tudo isso, eu me preocupo. Será que um calouro como o palhaço “Tiririca” vai se acostumar com essas “loucuras”? Se por acaso ele se acostumar, vai acabar entrando no rol daqueles que não escutam e até não comparecem ao plenário.

Esperamos pelo menos que ele fique lá vendo os erros dos outros e contando para a imprensa. Que pelo menos ele seja o nosso olheiro no terreno inimigo.

2 comentários:

Dilma Abrantes disse...

O Tiririca é 'lit0eralmente' o nosso reprentante no Congresso, pois é exatamente em palhaços que os políticos estão nos transformando. Sejamos nós, seus eleitores ou não, estamos todos no mesmo rol.

O povo precisa acordar.

Dilma Lúcia Abrantes
São Paulo

Anônimo disse...

Vejam bem o que um palhaço, nosso digno representante descobriu. É assim que é a coisa. Ninguem trabalha para o povo, só para eles mesmo.