Bandido sim, mas bobo não

Na última hora, Maluf desiste de admitir um crime

Paulo Maluf, um bandido ancião que já vai para os 80 anos, negociou por quase um ano, acordo com a promotoria de Manhattan (EUA) para ter seu nome excluído do alerta vermelho, o lendário índex dos mais procurados da Interpol em todo o mundo.

Em troca, o ex-prefeito e deputado pelo PP admitiria a autoria de um crime pela primeira vez na vida. Neste caso, delito classificado formalmente de falsificação de registros contábeis praticado nos Estados Unidos.

Mas a confissão histórica que se daria perante o Tribunal Criminal de Nova York e de viva voz pelo réu, sob a condição de não correr nenhum risco de ser algemado, nem mantido em cela prisional, ficou para depois.

Ele também estava disposto a declarar que "não tem interesse" em US$ 22 milhões do Macdoel Trust, na Ilha de Jersey, o fundo controlado por três empresas offshore cuja titularidade o Ministério Público de São Paulo atribui ao ex-prefeito e ao filho mais velho de Maluf, Flávio.

Mas o Flávio vai se danar e ter que assumir tudo, porque Maluf, mas “nem que a vaca tussa”, confessa. Ele é doido mas não bobo.