Bobo? Nem pensar

Gerson Tavares

“Se eu fiz papel de bobo? Absolutamente! Tenho todos os defeitos, menos esse”. Parei para pensar o que seria aquela afirmação, “tenho todos os defeitos, menos esse”. E de quem teria partido tal frase?

Mesmo estando na beira do abismo e andando sobre uma corda bamba, vi a “nefanda” figura do ministro do Turismo, Pedro Novais, que do alto da sua empáfia falava sobre a situação dos “bandidos” de sua Pasta perante três comissões da Câmara.

Frederico Silva da Costa, que foi seu secretário-executivo e que foi um dos algemados na “Operação Voucher”, era o centro das atenções. Todos queriam saber quem havia nomeado o “safardana” que pouco depois dos esclarecimentos do “chefinho”, entrou com pedido de demissão.

Mas Pedro Novais estava muito tranquilo e falou que ele nomeou o “Fred” para o segundo cargo do ministério, sabendo que ele era “ficha-suja”. Sabia que ele estava com seus bens bloqueados desde que fez “mutretas” na Sudam, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, onde desviou sete milhões de reais de financiamentos.

E o “Pedrinho” falou na maior, sem nem ao menos ficar vermelho. Para ele é normal uma pessoa roubar e ainda voltar para levar mais. Só que ele culpou também a Casa Civil, porque falou que a Casa Civil ficou de fazer uma varredura na vida do “Fred”, mas que pelo jeito varreu para baixo do tapete.

Quando já estava chegando ao final a sua “arguição”, Pedro Novais tomou conhecimento da queda do Wagner Rossi na Agricultura, mas mostrando que está seguro no cargo, ele disse que “tem horas que ele ri quando lê nos jornais que está pedindo demissão ou sendo exonerado do cargo”. E ao ser perguntado se não era hora para também pedir demissão ele falou que só existem três hipóteses para sair e categórico, afirmou: “Primeiro se a presidente Dilma quiser: segundo se eu perder o apoio do meu partido: e, terceiro, se eu adoecer. Se nada disso acontecer, vou continuar lutando para botar esse ministério em pé”.

Gente, realmente esse Pedro Novais é de impressionar. Ele tem uma certeza da impunidade que dá inveja até ao Sarney, que, aliás, deve ser o seu guru. Os dois são maranhenses, do PMDB, o escândalo do ministério teve como base o Amapá e com tudo se encaixando tão naturalmente e com essa “bravura bandida”, só pode ser reencarnação do mesmo “demo”.