quinta-feira, 18 de agosto de 2011



E o Eduardo ainda diz que a culpa é da PF




Gerson Tavares


Depois que eu vi tanta gente do governo atacando a Polícia Federal por algemar os bandidos que atuavam dentro do Ministério do Turismo, senti que muita coisa estava por trás daquele escândalo. Aliás, muita coisa e muita gente. Sempre ouvi dizer que a melhor defesa é o ataque e por isso a turma que faz parte desse “desgoverno” tratou de atacar os policiais que participaram daquela Operação.

Embora quem tenha falado sobre o assunto tenha sido o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ele não falou por ele, até porque ele não está querendo perder a “boquinha”, e somente repetia as exatas palavras da “chefona” Dilma Rousseff, que tem horror ao bracelete de bandido. Como até já falei aqui, o “Zé Doidão” diz que ela tem muitas razões para querer distância daquela “jóia”.

Mas depois desse imbróglio todo, com o Planalto em peso chiando, comecei a procurar onde estava a realidade da PF e onde o governo poderia estar calcado para não aceitar aquele proceder. E foi aí que eu vi que os crimes vão muito além dos muros do Turismo e que o grupo preso pela PF no Amapá, que aliás, foi solto pela Justiça, já estava se preparando parta fraudar contratos em outros estados e também em uma variação de setores.

Como eles já estavam em “conchavo” com o Dnit, que é um órgão do Ministério dos Transportes, eles iriam entrar em vários outros ministérios e já estavam prontos para fraudar licitações e superfaturar obras de prefeituras e ainda entrar de cabeça na “construção” de um porto, coisa que nada tem de ligação com o Turismo.

Várias conversas comprometedoras estão gravadas e num dos grampos, datado de 6 de julho, o diretor-executivo do Ibrasi, Luiz Gustavo Machado, conversa com o “empresário”, identificado como João Carlos, sobre a possibilidade de dar ajuda em uma licitação. O dialogo, ou monologo, é este: “Tinha uma concorrência pra pôr na sua mão, faz uns vinte dias que to atrás de você... Era para construir um porto”.

E Machado acrescenta que, diante da demora do João Carlos de responder ao chamado, ele repassou a obra para a Andrade Gutierrez.

E o esquema não tinha limites. Eles “compravam” ONGs para fazer os contratos e recebiam os recursos desviando assim as verbas do Ministério do Turismo. Eles aproveitavam alvarás das empresas já existentes e moldavam os estatutos de acordo com as conveniências do momento. E assim eles iam fazendo das suas e embolsando o dinheiro. Lógico que esse esquema não era montagem para qualquer “pé do chinelo” e assim a Polícia Federal foi buscar a turma do “sapato social” e isso é uma coisa que não agrada ao governo do Planalto.

Mas o que mais me deixa perplexo é ver o ministro da Justiça falar que a polícia extrapolou. “Os excessos são imperdoáveis e serão punidos” ele deveria falar em relação aos bandidos, mas ele falou sobre a atuação da PF. Desculpe, mas isso é coisa de quem está tentando encobrir os erros de alguém e isso eu não posso aceitar do um ministro da Justiça.

Que a Dilma é até capaz de fazer essas coisas a gente sabe, mas uma pessoa que “está” ministro da Justiça apoiar a bandidagem, aí já é demais.

“Parem o mundo que eu quero descer!”

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