segunda-feira, 15 de agosto de 2011




Não faltava mais nada



Gerson Tavares



Não gosto muito de me lembrar daqueles tempos do governo militar. Os militares cismaram que o povo era analfabeto e não permitiam que ele usasse o seu direito de voto para eleger o presidente da República e eu fiquei muito na bronca. Na minha primeira eleição votei no candidato que perdeu o Janio Quadros e acabou o país chegando àquela “caca” que todo mundo viu.

Mas depois da “abertura” já vi tanta “sacanagem” que hoje tenho minhas dúvidas se aquele tempo era tão ruim assim como pensava.

Desde que o Tancredo Neves não conseguiu assumir o governo com aquela morte repentina, que eu vejo as coisas se “deteriorando”. José Sarney assumiu o país e como sempre tratou de arrumar sua turma, mas talvez, preocupado com o militares que ainda estavam por perto, foi com calma à boca do cofre.

Entrou o Fernando Collor de Mello e com o maior apoio do povo, “arrebentou a boca do balão”. Saiu pela porta dos fundos e o seu vice, Itamar Franco sem fazer alarde fez um governo voltado ao povo, dando fim à inflação e dando muito mais tranquilidade ao brasileiro. Entrou Fernando Henrique e passou o primeiro mandato em calmaria, mantendo o equilíbrio do presidente passado. Com altos e baixos, teve alguns momentos escandalosos em seu segundo mandato.

E foi aí que o “caldo entornou”. Lula venceu a eleição e começou a era petista dos “desmandos”. Começamos logo no primeiro mandato a sentir uma onda de escândalos no governo. Não podemos esquecer que escândalos sempre aconteceram, pois os “safardanas” se juntam aos bons para dar alguns golpes, mas por um bom período, quando eles eram descobertos, logo eram retirados do convívio e muitos até pagaram perante a Justiça pelos seus erros.

O segundo mandato de Lula começou e assim entramos de cabeça nessa onda que virou febre e em princípio não passávamos sem um bom escândalo a cada três meses, mas que logo depois passou a cada mês. Mas como sempre digo, nunca está tão ruim que não possa piorar e agora, já no governo Dilma, não passamos um dia sem um novo “grande escândalo”.

Os ministérios parecem até que estão competindo para ver quem consegue o maior escândalo, aliás, maior em número de envolvidos e também em valores roubados. Todo dia os noticiários mostram os “safardanas” sendo conduzidos pela polícia, só que logo eles estão novamente nas ruas e acabam voltando ao governo para meter a mão novamente.

Enumerar os escândalos do atual governo seria como escrever um livro que bem poderia receber o título de “A Nova Historia do Brasil” e o MEC, incluí-lo entre aqueles livros do currículo escolar e assim teriamos uma verdadeira "História do Brasil". O governo Dilma Rousseff consegue fazer de outro qualquer governo, nada mais que “fichinha”. Mas como tudo neste governo tem cara de “pilantragem”, as coisas estão acontecendo e os governantes ficam com aquela “cara de paisagem”, como se nem estivessem ali.

O Michel Temer, que me desculpe a Marcela, mas é um tremendo de um salafrário. Agora mesmo com a Polícia Federal prendendo uma quadrilha chefiada pelo secretário do Ministério de Turismo, vem esse “safardana” e diz que a polícia tem que apresentar “provas robustas”. Desculpe, mas isso é coisa de quem tem participação no roubo.

Um ministério que se alia a uma ONG, a Sociedade Evangélica Beneficente, lá do Paraná, para consumir sete milhões e meio de reais para dar cursos de qualificação e esse curso é concluído em dez minutos de treinamento, vai me desculpar, mas a Polícia Federal não precisa de “provas mais robustas” para levar todo mundo preso e algemado. Isto para falar só de uma modalidade de roubo naquela Pasta.

Mas algemado não pode. O Supremo não permite e a presidente Dilma não quer nem de longe ver algema. Pelo que o meu amigo “Zé Doidão” falou, a Dilma tem trauma de algema desde remotos tempos de “baderna”, mas que ela diz ser de “guerrilha”.

Muita coisa ainda poderia falar dos “escândalos do dia”, mas precisava de muito tempo. No Ministério do Turismo mesmo, tantas pessoas foram arroladas que é difícil não estarem “enroladas”. A deputada Fátima Pelaes está se pelando de medo daquilo que possa acontecer, mas mesmo com um bando falando que ela levava propina, ela teima em dizer que nunca em sua bolsa entrou dinheiro do Turismo. Ela só não abre o sigílo da sua conta bancaria.

Outros ministérios já passaram por isso e outros irão passar e quem sabe, um dia vamos chegar ao Palácio do Planalto. Afinal, é ali que tudo pode acontecer.

Mas eu pergunto: Por que isso vem acontecendo com tanta frequência? E por que os militares ainda não se levantaram? Será que é pelo fator civil no comando? É, até pode ser. Só que se pegarmos todas as notícias escandalosas do momento, lá também vamos encontrar escândalo no Instituto Militar de Engenharia.

É isso aí, de tanto ver os civis meterem a mão eles também entraram na onda. Uma fraude dentro do IME colocou cinco generais no “balaio de gatos”. Segundo falou o meu amigo “Zé Doidão”, neste governo “todas as fardas são pardas”. Pois não é que foram abertos dois inquéritos na quinta-feira passada para apurar a participação dos cinco generais, em esquema de fraudes nas licitações e compras do IME. Em um levantamento ficou claro que os militares esqueceram todos os ensinamentos e entraram nas “negociatas”. Os militares montaram um esquema que fraudava a unidade militar, envolvendo pelo menos 12 empresas, muitas delas fictícias, e desviaram mais de quinze milhões. A maior parte dessas fraudes diz respeito a “serviços de assessoria” em convênios entre o IME e o Dnit. Quando vi Dnit na jogada com os militares, aí realmente constatei que esse Brasil não tem mais jeito.

É gente, se vocês aguentam, eu não aguento mais. O coração do velho não vai suportar tanta “sacanagem”. Se generais já entraram nessa, o melhor que temos para fazer é apagar a luz, trancar a porta e jogar a chave fora.

Mais uma vez, Silvio Brito, eu peço: “Pare o mundo que eu quero descer!”

4 comentários:

Lourdes Fontes disse...

Depois dessa, acreditar em quem?
Lourdes Fontes
São Paulo

Anônimo disse...

O medo que esse pessoal tem de algema era para eles nunca tentarem roubar, mas não roubam e depois reclamam.

Mas para um país que não respeita seu povo, algema é para pobre.

Hilda Marques Villar disse...

'Dias virão que você ainda vai ter saudade do passado'. Quem me falava isso era o velho meu pai e hoje eu rendo homenagens à ele que sabia o que estava falando.
Ele morreu e não viu o que está acontecendo nesse Brasil.
Ele era uma pessoa que sabia o despreparo desses homens que se dizem políticos, mas que não passam de aproveitadores.
Esta é a minha homenagem do dia dos pais àqueles que viveram um país mais sério.

Hilda Marques Villar
São Paulo

Gustavo Dimas disse...

Você lembra daquela modinha de carnaval, "Maria escândalosa"?

A muito tempo atrás o poeta já sabia que a Dilma um dia iria chegar.

Gustavo Dimas
Rio de Janeiro