Para Daniel Dantas, quem tem padrinho

não morre pagão

Gerson Tavares

São vários envolvidos num mesmo crime, mas nem todos gozam das regalias. Agora mesmo o Ministério Público Federal apresentou pedido à Justiça Federal para aumentar a pena do ex-presidente da Brasil Telecom, Humberto Braz, que foi condenado no pelo crime de corrupção ativa, junto com o sócio-fundador do Grupo Opportunity, o dublê de banqueiro e bandido, Daniel Dantas. Junto com eles, também está o lobista Hugo Chicaroni pela tentativa de subornar o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves Ferreira, da Polícia Federal, com 1 milhão de reais para que os nomes do banqueiro “safardana” e dos familiares dele fossem retirados das investigações da Operação Satiagraha.

Mas como o Braz não faz parte da panelinha, foi condenado a sete anos, um mês e 10 dias de prisão e ao pagamento de multa de R$ 877.725,00 e mais R$ 1,5 milhão por danos. Chicaroni recebeu a mesma pena, mas uma multa menor, de R$ 292.575,00, e mais R$ 594 mil por danos. Daniel Dantas recebeu a maior pena e teria que encarar 10 anos de prisão, multa no valor de R$ 1.425.525,00 e reparação por danos no valor de R$ 12 milhões. Todos recorreram da decisão e estão em liberdade até o trânsito em julgado, que só deus sabe quando irá acontecer.

Mas como o procurador da República, Rodrigo De Grandis, autor do pedido, avalia que Braz deveria ter recebido pena maior que a de Chicaroni, está pedindo pena de, no mínimo, oito anos, o que, por conseqüência, agravaria o regime da pena de semi-aberto para fechado, como a sentença de Dantas.

E agora o que se espera é que o Gilmar Mendes entenda que De Grandis não está de marcação com Daniel Dantas e sua tuma. Ele só quer livrar a sociedade dessa praga daninha que é o DD.