Torcidas
organizadas e clubes é igual
traficante e associação de moradores
Gerson
Tavares
Lembram
como os traficantes sempre mandaram nas associações de moradores das favelas?
Não foi uma nem duas vezes que a polícia prendeu presidentes de associações de
moradores por estarem deixando se manipular pelos chefes das quadrilhas. Ali
mesmo, na zona sul da cidade, na Rocinha, fotos do traficante Nem negociando armas com líderes
comunitários foram feitas e depois mostradas em jornais e revistas. A polícia
sempre corria atrás, mas traficante não dá “colher de chá”.
Agora
chegou a vez de integrantes de torcidas organizadas serem “estudados” pela
polícia, tudo isso depois que oito membros da Torcida Jovem do Flamengo, não
esconderem que utilizam táticas militares para cometer crimes nos deslocamentos
até os estádios.
E
esta afirmação foi feita pelo delegado que está á frente da Divisão de
Homicídios, Rivaldo Barbosa. Na quinta-feira passada a sua equipe “guardou” os oito
dirigentes daquela "facção organizada rubro negra”, que foram devidamente presos
na operação “Fair Play”, o “Jogo Limpo” que é uma das bandeiras da FIFA.
Pois são esses oito “dirigentes” que são acusados de matar um torcedor vascaíno, em agosto,
lembram-se?
Mas
esse “jogo limpo” não para por ai, já que outras uniformizadas de clubes do Rio
estão na mira da Polícia Civil e do Ministério Público. Mas o que mais chamou a
atenção dos policiais que prenderam esses oito bandidos, é o modo de trabalho
que eles estão fazendo. Segundo palavras de Rivaldo Barbosa, “fica clara a
utilização de ensinamentos militares, como batedores, escoltas armadas e motocicletas.
Toda uma estrutura utilizada para a prática de crimes seja ele, homicídio ou
lesão corporal. Trata-se de organização criminosa. Quem está ligado à milícia,
tráfico de drogas e armas não é torcida”.
A
DH estava investigando essa “quadrilha”, desde a morte do vascaíno Diego
Martins Leal, que foi agredido e esfaqueado em Tomás Coelho, na Zona Norte da
cidade do Rio de Janeiro.
Policiais
interditaram a sede da “Jovem Fla”, no centro da cidade e no local foram
apreendidos computadores, documentos e um cofre. Mas o forte do esquema estava na casa do
“chefe da quadrilha”, Carlos Renato da Silva Santos, vulgo Macedo, que mora no
subúrbio carioca de Cascadura. Lá os agentes encontraram pistola calibre 380,
municiada e com a numeração raspada. Quanto à arma que pode ter sido utilizada
na morte de Diego, esta foi encontrada na casa de Fernando Porto Oliveira, em
Volta Redonda, Sul Fluminense, que também faz parte do comando da “quadrilha”.
O
delegado Rivaldo Barbosa intimou o vice-presidente de finanças do Flamengo,
Michel Levy. Disse que ele tem muitos pontos a esclarecer, principalmente por
ter comparecido à DH no dia da morte do torcedor vascaíno. Já o Flamengo, em
nota, reiterou que repudia qualquer tipo de violência. E esclareceu que não
possui responsabilidade por qualquer episódio causado por torcidas organizadas.
Até pode não ser responsável pelos crimes, mas é o clube que dá respaldo para as
torcidas organizadas, inclusive auxilio financeiro.
Por
tanto, assim como as associações de moradores eram responsáveis por grande
parte dos crimes que os traficantes praticavam, os clubes têm sua parcela de
culpa nos crimes que essas “quadrilhas organizadas” praticam.
Um comentário:
É isso mesmo... Bandido pode ser traficante e também torcedor. A índole sendo do mal, ele é um assassino em potencial.
E os clubes que dão cobertura para essas 'quadrilhas' deveriam ser enquadrados também.
Ilha do Governador - Rio
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