segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Torcidas organizadas e clubes é igual 

traficante e associação de moradores


Gerson Tavares





Lembram como os traficantes sempre mandaram nas associações de moradores das favelas? Não foi uma nem duas vezes que a polícia prendeu presidentes de associações de moradores por estarem deixando se manipular pelos chefes das quadrilhas. Ali mesmo, na zona sul da cidade, na Rocinha, fotos do traficante Nem negociando armas com líderes comunitários foram feitas e depois mostradas em jornais e revistas. A polícia sempre corria atrás, mas traficante não dá “colher de chá”.

Agora chegou a vez de integrantes de torcidas organizadas serem “estudados” pela polícia, tudo isso depois que oito membros da Torcida Jovem do Flamengo, não esconderem que utilizam táticas militares para cometer crimes nos deslocamentos até os estádios.

E esta afirmação foi feita pelo delegado que está á frente da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa. Na quinta-feira passada a sua equipe “guardou” os oito dirigentes daquela "facção organizada rubro negra”, que foram devidamente presos na operação “Fair Play”, o “Jogo Limpo” que é uma das bandeiras da FIFA.

Pois são esses oito “dirigentes” que são acusados de matar um torcedor vascaíno, em agosto, lembram-se?

Mas esse “jogo limpo” não para por ai, já que outras uniformizadas de clubes do Rio estão na mira da Polícia Civil e do Ministério Público. Mas o que mais chamou a atenção dos policiais que prenderam esses oito bandidos, é o modo de trabalho que eles estão fazendo. Segundo palavras de Rivaldo Barbosa, “fica clara a utilização de ensinamentos militares, como batedores, escoltas armadas e motocicletas. Toda uma estrutura utilizada para a prática de crimes seja ele, homicídio ou lesão corporal. Trata-se de organização criminosa. Quem está ligado à milícia, tráfico de drogas e armas não é torcida”.

A DH estava investigando essa “quadrilha”, desde a morte do vascaíno Diego Martins Leal, que foi agredido e esfaqueado em Tomás Coelho, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.

Policiais interditaram a sede da “Jovem Fla”, no centro da cidade e no local foram apreendidos computadores, documentos e um cofre. Mas o forte do esquema estava na casa do “chefe da quadrilha”, Carlos Renato da Silva Santos, vulgo Macedo, que mora no subúrbio carioca de Cascadura. Lá os agentes encontraram pistola calibre 380, municiada e com a numeração raspada. Quanto à arma que pode ter sido utilizada na morte de Diego, esta foi encontrada na casa de Fernando Porto Oliveira, em Volta Redonda, Sul Fluminense, que também faz parte do comando da “quadrilha”.

O delegado Rivaldo Barbosa intimou o vice-presidente de finanças do Flamengo, Michel Levy. Disse que ele tem muitos pontos a esclarecer, principalmente por ter comparecido à DH no dia da morte do torcedor vascaíno. Já o Flamengo, em nota, reiterou que repudia qualquer tipo de violência. E esclareceu que não possui responsabilidade por qualquer episódio causado por torcidas organizadas.

Até pode não ser responsável pelos crimes, mas é o clube que dá respaldo para as torcidas organizadas, inclusive auxilio financeiro.

Por tanto, assim como as associações de moradores eram responsáveis por grande parte dos crimes que os traficantes praticavam, os clubes têm sua parcela de culpa nos crimes que essas “quadrilhas organizadas” praticam.

Um comentário:

Luan Medeiros disse...

É isso mesmo... Bandido pode ser traficante e também torcedor. A índole sendo do mal, ele é um assassino em potencial.
E os clubes que dão cobertura para essas 'quadrilhas' deveriam ser enquadrados também.
Ilha do Governador - Rio