quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sintonia ou cumplicidade?




Gerson Tavares


Existe uma ligação muito grande entre Dilma Rousseff e a engenheira Maria das Graças Foster, que ainda é a diretora de Gás da Petrobras, mas que será, com a saída do José Sérgio Gabrielli, a presidente da Petrobras.

Graça que foi escolhida para ser a próxima presidente da estatal, em substituição Gabrielli, quando estiver confirmada no cargo, algo esperado esta semana, será uma das executivas mais influentes do planeta. Ela também estará chegando ao auge de uma carreira que começou há 32 anos na estatal como estagiária.

Mas esse grande salto profissional de “Graça” só foi possível porque, na década de 1990, ela conheceu a então secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff. Foi aí que elas ficaram amigas e “cúmplices”.

Em janeiro de 2003, quando o PT assumiu o governo brasileiro, Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia e resolveu guindar sua amiga e a chamou para ocupar o cargo de secretária de Petróleo e Gás do ministério, onde ficou por mais de dois anos.

Pois é aí que começa um período suspeito na vida de ambas. Em 2004, de acordo com documentos oficiais da Petrobras, “Graça” ganhou uma nomeação retroativa na empresa. Estranho, mas verdadeiro.

Existe um memorando datado de 11 de março de 2004 que promove a química de petróleo sênior Maria das Graças Pena Silva, já que naquele ano ela era ainda solteira, que exercia na empresa o posto de gerente de tecnologia, ao cargo de confiança de gerente da unidade de Gás Natural da CEG Rio. O que há de mais estranho é que a data da nomeação é anterior à do memorando que é de 29 de janeiro de 2003. Maria das Graças ocuparia o cargo de outra funcionária, Lecy Pires Colnaghi. Esse ato de nomeação retroativa constitui, por si só, uma ilegalidade.

Segundo falou o procurador da República no Tribunal de Contas da União (TCU) Julio Marcelo de Oliveira, “Não existe nomeação retroativa. A única hipótese seria por decisão judicial porque a pessoa tinha direito a um cargo, não tomou posse e teve o direito reconhecido, o que obriga o pagamento retroativo. Do contrário, é um ato ilegal”.

Mas também, o que esperar de bom em uma operação que teve como executor o Djalma Rodrigues de Souza, então gerente executivo de Gás Natural da Petrobras, o mesmo que mais tarde ficaria conhecido por ser afilhado de Severino Cavalcanti, o folclórico ex-presidente da Câmara dos Deputados que renunciou ao cargo em meio a denúncias de recebimento de propina. Foi para Djalma que Severino reivindicou um cargo de diretor da Petrobras, com a frase que ficou célebre: “Não quero uma diretoria qualquer, e sim uma diretoria que fura poço”.

Depois de mais essa da Dilma, os escândalos poderão ressurgir com muito mais força neste ano de 2012.

Pobre Brasil!

2 comentários:

Anônimo disse...

Mas se elas são assim tão ligadas, tudo pode acontecer. Afinal, você acha que a Dilma vai dar moleza para adversário?
Ela está é muito certa e tem mais, eu até que gostaria de estar nessa mordomia.

Carlos Alberto dos Santos disse...

Se a coisa é assim tão ligada, estamos mal se ficarmos nas mãos dessa dupla. Como a Dilma está tirando o Gabrielli porque ele não aceitou a imposição da Dilma, já mostra que a ditadura está a caminho. E para piorar, vai ser uma ditadura feminista.
Aí estamos ferrados.
Brasília