quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


Áreas urbanas com risco de conflito

Gerson Tavares



Atento aos efeitos colaterais dos conflitos urbanos em ano eleitoral, o Palácio do Planalto desencadeou uma operação para detectar as áreas "quentes" espalhadas pelo País e está procurando se aproximar das lideranças comunitárias locais. O mapeamento lista 192 pontos de disputa por moradias, mas o foco está ajustado para três Estados comandados pela oposição e que têm petistas ou integrantes do PC do B à frente dos movimentos populares: São Paulo, Minas e Goiás.

Todo o arsenal de informações sobre as zonas de conflito potencial em poder do Planalto coincide com o rastilho do "março vermelho", uma radicalização das ocupações programada pelos movimentos. O estudo, que só chegou à Presidência após a reintegração do Pinheirinho, terreno invadido por famílias que a Justiça mandou ser desocupado em São José dos Campos, inclui áreas que estão prestes a se tornarem novos focos de tensão, segundo os técnicos. 

Um relatório foi apresentado à Secretaria-Geral da Presidência, diretamente ao ministro Gilberto Carvalho que é responsável pela interlocução com os movimentos sociais. Internamente, o Planalto diz acompanhar à distância os conflitos para evitar discussões políticas, mas na realidade, o propósito do governo é atuar em tempo real com os movimentos.

O governo encomendou um quadro com o perfil das famílias, lideranças sociais e a situação fundiária dos locais das invasões. Também foram feitas análises sobre cada ocupação e as possibilidades de intervenção. tudo para ter o controle das ações e assim qual quer coisa que possa acontecer nunca será contra a turma petista.

Uma das áreas mais críticas da lista está em Minas, com 14 casos de conflitos fundiários urbanos registrados. A ocupação da comunidade Dandara, em Belo Horizonte, completa três anos em abril e ainda não teve uma solução definitiva. Hoje, 956 famílias dividem uma área de 313 mil metros quadrados, pleiteada por uma construtora. A Justiça estadual concedeu a reintegração de posse, mas a decisão foi suspensa e uma audiência de conciliação, marcada para abril.

Assim como Pinheirinho, em Minas Gerais também. é governo do PSDB. "A Dandara é um pouco menor, mas o povo está muito organizado. Melhor morrer na luta do que abrir mão", diz uma das lideranças da comunidade, o frei Gilvander Moreira, mostrando sem nenhum constrangimento o tom político que marcaria eventuais conflitos. 

E para completar o padre-grileiro mostra as armas: "Grande parte do PT quer candidatura própria (em Belo Horizonte) e apoia a comunidade. Dandara poderá ser o fiel da balança na eleição de Minas".

E assim vamos vendo que unidos, petistas e arruaceiros "vão fazer a festa" neste ano de eleição.

2 comentários:

Anônimo disse...

ão tenham dúvidas que onde a oposição estiver em vantagem para as eleições, os petistas vão fazer baderna. O pior ´pe que existem padres e pastores que entram nessa. Já não se faz igreja como antigamente.
São Paulo

Norberto Fontana disse...

Tudo que os petistas 'camaradas' puderem fazer para atrapalhar a oposição eles irão fazer. A ordem é fazer um 'ano vermelho' para tirar as chances da oposição de fazer prefeitos.
São Bernardo - SP