sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Este ano é igual ao que passou







Gerson Tavares


Já falei aqui da TV Globo e da TV Bandeirantes que mandaram jornalistas e produtores embora nesses últimos dias e tudo faz crer que a coisa não vai parar por aí. Embora um representante da Band/Rio tenha me dado resposta através email, explicando o fim da exibição do “Cidinha Livre” e que alguns profissionais do programa foram aproveitados para outros setores, ele só não explicou se o horário será ocupado com alguma produção local da emissora, se o horário será locado para algum político ou ainda se será usado para retransmissão da programação gerada pela emissora “cabeça de rede” em São Paulo.

Mas como nem só de Globo e Band sofre o profissional de televisão no Rio de Janeiro e agora recebo notícias do Sindicato dos Jornalistas que novas atitudes lamentáveis dos proprietários de emissoras e que vêm causando reclamações da classe jornalística.

São inúmeras as reclamações de jornalistas da parte carioca da RedeTV. Entre as reclamações, tem até atraso no pagamento de tíquete-refeição, que pelo terceiro mês seguido não pinta no bolso do funcionário. As horas extras estão acumuladas, a carga de horário acima do permitido e os equipamentos de trabalho estão desgastados.

O Sindicato dos Jornalistas fez contato com a emissora, mas como nada foi resolvido, ficou decidido que será encaminhada uma denúncia ao Ministério Público para que seja efetuada uma fiscalização.

A RedeTV chegou ao cúmulo de não efetuar pagamento de salário antes das férias para os jornalistas que tiraram o período de descanso no mês de dezembro do ano passado. E a desculpa é a de sempre: “A empresa ‘não tem dinheiro’ para isso”.

A única coisa certa que sabemos desse caso da Rede TV é que há equipes que ficam mais de dez horas trabalhando. Com os equipamentos sucateados, o trabalho do jornalismo está quase sem condição de acontecer, mas a cobrança da diretoria é cada dia mais rigorosa.

Agora só para esclarecer o que vem a ser a RedeTV, este é o nome fantasia da TV Ômega, que comprou a falida TV Manchete do Rio de Janeiro, mas que sem mais nem menos transferiu a sede para São Paulo.

Por esta razão a emissora enfrenta ações por parte de cerca de 900 ex-funcionários da Manchete que ainda não receberam seus direitos trabalhistas.

Enquanto isso, o Ministério das comunicações não está nem aí para os problemas dos trabalhadores.

Mas também, amanhã já é carnaval e para que lembrar de tristezas? O Brasil já tem um novo mandatário e por quatro dias estará sob o comando do rei Momo, de sua rainha e de suas princesas. O povo vai aprender em suas "escolas" e se "alimentar" de alegria.

Por tanto, “Até quarta-feira”.

3 comentários:

Gustavo Fosther disse...

Os profissionais de rádio, jornal e televisão sempre estão com o emprego à beira do despenhadeiro.
Quando todos pensavam que este tempo havia ficado lá atrás, olha tudo se repetindo. A RedeTV está no caminho da Tupi e da Manchete.
Infelizmente, quando uma emissora fecha a porta, ninguém é culpádo ou mesmo responsabilizado pelo desemprego em massa que sempre acontece.
Mas não podemos esquecer que estamos no Brasil, o país da impunidade. Basta ver o que acontece nesse governo Dilma, um governmo que já mandou tanta gente para casa como ladrão e ninguém se quer passou pela porta da delegacia.
São Paulo

Carmem disse...

Por incrível que pareça, meu pai trabalhou na Tupi do Rio e quando a Manchete ficou com o 'acervo' da emissora do 'indiozinho', ele seguiu a sua caminhada de produtor e diretor de programa na emissora dos Bloch.
Assim como a morte do 'chefão dos Diários Associados, também como a morte do 'capo' da Manchete veio a derrocada da Manchete, deixando pelo caminho jornalistas, repórteres fotográficos, todo o pessoal de produção e direção de rádio e televisão, além de todo o pessoal operacional de todo um conglomerado de mídia que deixou muitas famílias mais uma vez sofrendo com o medo da dúvida de um futuro.
Em São Paulo os órfãos da Tupi foram adotados pela TVS, que logo virou SBT e o Silvio Santos deu guarida e até hoje muitos colegas de meu pai estão lá, tranquilos.
Aqui no Rio, aqueles órfãos da Tupi caíram em um orfanato que também logo fechou e então foram adotados pela TV Ômega que hoje responde pelo apelido de RedeTV, mas que sempre andou desprezando muito os 'filhos', não só os adotados da Manchete, mas também aqueles que foi somando pelo caminho que trilhava.
Tudo fazia crer que era uma 'família' que todos poderiam confiar, mas aí está o resultado. Aqueles velhos funcionários estão vendo que estão voltando ao início de tudo e vendo que muitos jovens que chegaram cheios de esperança estão tendo o mesmo desprazer que eles já tiveram por duas vezes.
Mas de quem será a culpa? Do Amílcare Dallevo que não sabe administrar, mas que gosta de demonstrar que está muito bem de vida, ou do órgão de fiscalização do Ministério de Comunicação que em momento algum procura saber se o concessionário está cumprindo o seu dever?
Eu acho que os dois são culpados, mas já é hora do Ministério Público tomar uma posição, não só neste caso, mas em muitos que estão acontecendo. Falo dessa área porque desde cedo acompanhei os problemas que meu pai teve para educar a mim e os meus irmãos, por isso quero lembrar também que muitas outras emissoras de rádio e televisão não cumprem com a legislação.
Só uma pergunta. As emissoras de rádio e televisão podem fazer de suas programações verdadeiros altares de igrejas? Tudo bem que tenham programas evangélicos, católicos, espíritas ou de outra religião ou seita, mas 24 horas de programação religiosa será que não tira emprego de profissionais da área?
Estou me alongando muito e por isso só mais uma reclamação: as emissoras locais não são obrigadas a ter um determinado tempo diário de programação local? Eu acho que sim, pode até ser que eu esteja enganada, mas duvido.
Já viram a programação da TV Bandeirantes do Rio de Janeiro? Além do Jornal do Rio, procurem ver qual outro horário local é da emissora. Desculpem, mas horário locado não pode ser considerado horário local, já que para isso não precisam de profissionais.
Seria hora de uma fiscalização para ver se a emissoras SBT, Record, CNT, Bandeirantes e RedeTV, realizam uma programação local, mas, lógico, com programas próprios.
Por isso é hora do Ministério Público puxar pelo Ministério das Comunicações para que se cumpra o que diz a legislação já que as emissoras não são donas dos canais e sim se tornam “concessionárias” e por tanto deverão cumprir as leis.
Desculpe se me alonguei, mas isso precisa ser olhado com atenção e respeito pelas autoridades.
Desde já muito obrigada.
Carmem Fialho Moreira
Rio de Janeiro

Godofredo Cruz disse...

Mas enquanto os 'donos' das emissoras puderem ganhar dinheiro com BBBs da vida, não vão mesmo investir em programas que sejam de gabarito. Já imaginaram quantos programas de jornalismo ou de entretenimento sério e até educacional, poderiam produzir oara entrar no lugar desses sem nenhum conteúdo que estão por aí, por todas as emissoras?
Mas para isso seria necessário que o gob=verno estivesse de olho naquilo que está sendo feito com um produto que é do povo, já que as concessões deveriam ser dadas com condições. Se bem que lá nos contratos estão previstas as condições, mas ninguém respeita esses governantes de 'meia tijela'.
Belo Horizonte