A culpa é do Drummond
Gerson Tavares
O nome dele era João Batista Viana
Drummond, o primeiro e único barão de Drummond. Um dia ele resolveu criar o
“jogo do bicho”. Mas de lá para cá muita coisa mudou e o inocente “jogo de
bicho” foi passando de mão em mão e hoje foi parar nas mãos de verdadeiros
“mafiosos”, esses que o que menos são na vida é “bicheiro”.
Já faz algum tempo que muitos crimes vêm
acontecendo encobertos pelo “jogo do bicho”, já que seus “banqueiros” estão
envolvidos com o trafico, com assassinatos, com contrabando e por aí vamos
desfiando o rosário dos crimes que são previstos na lei criminal. Por tanto, os
“banqueiros do jogo do bicho” deixaram de serem simplesmente “contraventores”
para ser “criminosos”.
E o samba está muito ligado a esses
criminosos, mas muita gente não aceitava que isso seja dito. Mas agora parece que
”caiu a ficha”, tanto do prefeito Eduardo Paes como também do governador Sérgio
Cabral.
Os desfiles das escolas de samba passaram
para as mãos dos “banqueiros”, que fundaram a “Liesa” e assim a Riotur ficou
totalmente manietada, mas este ano, com as obras na Passarela do Samba,
descobriram que os “organizadores” não são assim tão organizados. Com isso,
muitos que pagaram para assistir o desfile em suas frisas, tiveram que ser
realocadas em outros lugares porque as frisas não ficaram prontas em tempo.
Foi aí que acendeu a luz amarela e o
prefeito sentiu que a coisa está ficando complicada. Mas se o Eduardo Paes
estivesse mais atento aos acontecimentos já deveria ter visto há muito mais
tempo que as diretorias das escolas de samba não querem se profissionalizar
para que os “bicheiros”, que estão em quase a totalidade das escolas, continuem
usando a “sua” agremiação como ponto de lavagem do dinheiro sujo que vem de
vários seguimentos criminosos que estão encobertos pelo “jogo do bicho”.
Os “bicheiros” sabem como conquistar as
comunidades e fazem, aliás, como sempre fizeram os traficantes nas comunidades
que eles comandavam, distribuindo presentes e levando para o seu lado as
pessoas influentes dentro das comunidades. Por isso, essa cultura cresceu e
tomou conta da comunidade e transformou aquele “bicheiro” em verdadeiro líder, o "paizão".
Para um povo que vive de ilusão, basta um
agrado, mas para as autoridades é hora de mostrar quem manda nessa terra. Será
que foi certo a Câmara do Rio receber um camarote para que seus vereadores
levassem parente e amigos para assistir os desfiles? Será que eles, que tem
obrigação de fiscalizar, se sentem hoje em condições de fazer o seu papel?
Mas já que não podemos contar com a Câmara
dos Vereadores para fiscalizar com lisura, não seria a hora que recorrermos ao
Ministério Público?
Não sei como, mas tenho certeza que alguma
coisa tem que ser feita para que os “bandidos”, assim como foram das comunidades, também sejam expurgados do
SAMBA!
3 comentários:
Até que enfim o governador e o prefeito resolveram falar sobre os 'bandidos' que estão tomando conta do carnaval do Rio de Janeiro.
Vamos ver se agora a coisa muda, mas eu estou duvidando, já que são esses mesmos 'banqueiros' que mandam nos eleitores e a eleição está chegando.
É ruim deles mexerem com o samba nesta época.
Pavuna - Rio
Sabe que quando falam em 'bicheiro' eu ainda lembro da época do Faraco, do Natal, do começo do Castor.
Mas hoje qundo falam =em Anizio, Peruinha, Luizinho e outros tantos, eu não os vejo como 'bicheiros' e sim como bandidos.
Todos sabem que por onde eles passam deixam uma marca de sangue. Ou para cobrar divida ou por demarcar território. Temos inclusive caso de tráfico, mas só falam em bicho.
Vai mais fundo que a ponta está mais à frente.
Resta saber se a Riotur vai saber fazer o carnaval. Por acaso você acha que é tão facíl assim? Só os bicheiros conseguem fazer esse espetáculo.
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