Ministra das Mulheres ou revanchista?

Gerson Tavares

Sem mágoas e com discurso de quem vai tentar voar mais alto, Iriny Lopes deixou o cargo de ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Em seu lugar assumiu uma companheira de cela da Dilma Rousseff lá no presídio Tiradentes, no período do governo militar, aquele mesmo governo que mais tarde anistiou todos os idealistas e também os “baderneiros”, que por seus desmandos levaram os militares ao governo em 1964.

E Eleonora Menicucci já entrou na casa das Mulheres, não pensando punir aqueles que não respeitam as mulheres e sim em punir os “torturadores” do passado. Isso prova que se a Iriny fez pouco pelas mulheres, a Eleonora nada irá fazer.

E foi em uma cerimônia cheia de emoção, onde o público presente era em sua maioria feminino, que Dilma falou estar dando posse a sua “amiga e companheira” dos tempos de prisão. Uma mostra cabal que o currículo de Eleonora tem como ponto alto ser ex-presidiária e companheira de cela da presidente.

Eleonora se diz a favor da legalização do aborto, o que é o mesmo que dizer que é contra a natalidade, mas em momento algum se diz a favor do controle da “furunfada”.

Mas foi aí que ela, esquecendo que sua pasta é para trabalhar em defesa da mulher, entrou no assunto que, não só ela, mas também a Dilma têm o maior interesse, aquele que fala de “tortura”. Ela quer a punição para os “torturadores militares”, do período do governo militar e disse claramente não concordar com o STF sobre o assunto.

Tudo porque o STF declarou em 2010 que a Lei de Anistia não permite que os militares e os militantes respondam a processos por atos cometidos naquele período negro da nossa história. Mas Eleonora acha que ela e seus “camaradas” merecem ser anistiados, mas os militares não. E mais uma vez eu vejo que eles pensam que “ampla e irrestrita” só vale para o lados dos “terroristas”.

E aí eu pergunto: Será que se eles “tivessem ganhado a guerra”, eles teriam anistiados os militares?

E eu respondo: Claro que não, porque eles são muito vingativos para pensarem em anistia. Eles matam e se tiverem chance, ainda escondem os corpos.

E tenho dito.