Sai
o gato e entra o rato
Gerson
Tavares
Mesmo
não querendo falar mais de Demóstenes, eu acabo tendo que falar dos malefícios
que essa cadeira do plenário da "Casa Grande" trás para o povo brasileiro. Para começar, Demóstenes passou para o seu suplente o gabinete que tem o número 13 e o seu suplente que assumiu a
efetivação no dia 13 passado, uma sexta-feira, teve uma posse que durou menos de três minutos e com
o plenário vazio, esteve na Casa apenas 13 minutos e já embolsou uma
grana de respeito.
Dos dias que ficou senador durante o mês de julho, ele foi ao Senado 13 minutos de “um” dia, recebeu R$16,3 mil e partiu imediatamente para curtir as férias. É
bom lembrar que o salário de senador é de R$ 26.723,23 e como ele foi esperto e
assumiu logo, recebeu o proporcional á partir daquela data, o fatídico dia 13. Não é à toa
que eu não gosto desse número. E quanto à atitude do Wilder, em assumir de
imediato a cadeira do Senado, pode ser até que ele nada faça de bom, mas pelo
menos já bateu um recorde. Tornou-se o senador mais caro em todos os tempos de
nossa pobre República.
Mas
como todos sabem que esse Wilder tem uma família meio enrolada, já está sendo
montado um esquema para que seja chamado para depor na CPI do Cachoeira, um
primo do senador, que é o advogado Denílson Martins Arruda.
Já
sabemos que o Denílson recebeu um depósito de R$ 30 mil na sua conta bancária,
depositado por “Alberto e Pantoja Construções”, uma empresa de fachada,
daquelas “laranjas” que andam por aí. Segundo informações da Polícia Federal, este
era um dos modos que o contraventor Carlos Augusto Ramos, o “Carlinhos
Cachoeira”, usava para lavar dinheiro. Este repasse foi feito em 7 de julho de
2010, quando começou a campanha eleitoral daquele ano.
Normalmente
o suplente de senador banca a campanha e é essa troca de “favores” que faz dele
um “senador biônico”, o que quer dizer que ele é eleito sem mesmo não tendo um
voto em seu nome. Mas parece que esse Wilder resolveu inovar e foi buscar
dinheiro com o “corretor zoológico”. A empresa “Alberto e Pantoja”, no fundo,
era a mesma “Delta Construções”, do Fernando Cavendish, e que para garantir ser o "vencedor" das concorrências nas obras dos governos federal, estaduais e municipais, financiava o “caixa
dois” dos partidos aliados nas disputas eleitorais.
Mas
agora o senador do PSOL do Amapá, Randolfe Rodrigues, resolveu convocar o primo do “suplente
safardana”, mas já falou que alem do primo ser convocado, deverá ser marcado o quanto
antes o depoimento do próprio Wilder. É bom lembrar que Wilder já está na lista
dos requerimentos para depor na CPI desde o final de maio. Pelo que deu para
entender, “Cachoeira” era o dono do quebra-cabeça que servia para montar a
chapa do Senado.
Mas
quem é este Denílson? Para começar ele é um ex-filiado do PT e agora é um dos
nomes do PSD. Denílson também é ex-chefe, desta vez do Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM) em Goiás no governo Lula. Segundo a Polícia Federal
ficou sabendo graças a escutas autorizadas pela Justiça, Cachoeira exercia uma
grande influência naquele órgão e trabalhou durante todo o tempo em que ali atuou, em favor da Delta.
Wilder
é dono da Pedreira Caldas, registrada em Caldas Novas. Isso até 2011, enquanto
constava como arrendatário de uma área de extração de calcário em Goiás,
controlada pelo departamento. Só que desde 2009 a coisa andava “meio barro,
meio tijolo”. Tudo porque o seu primo Denílson foi exonerado em março de 2009. Ele
se deu mal porque um processo administrativo aberto pelo DNPM no mesmo ano, concluiu que o “filhote de safardana” cobrou propina para liberar licença de um
garimpo no Estado.
Mas
Denílson garante e jura de “pés juntos” que não conhece Cachoeira e que aquele
repasse de grana foi uma doação para o “Nerópolis Esporte Clube”, time goiano
do qual é dirigente. Disse que tudo foi armado pelo prefeito de Nerópolis, Gil
Tavares (PTB) e só o nome do laboratório de Cachoeira, Vitapan, estampou a
camisa do time.
Mas
pelo sim pelo não, que tal colocar esses caras na cadeia?
Um comentário:
Cadeia neles... São todos da mesma laia. Tem que acabar com esse 'negócio' de eleger senador e ele levar em seu rabo dos suplentes que não tiveram voto algum, mas que podem ficar por até oito anos ganhando dinheiro para receber de volta o que gastou na campanha. Suplente deveria ser aquele candidato, que votado, ficou sem vaga por não ter os votos para ficar entre os que tomam acento na Casa. E de cima para baixo, vai entrando no Senado quem teve o maior número de votos.
É o único meio de acabar com essa venda de cadeira que existe no Congresso.
Isso é uma vergonha para uma Casa que deveria ser exemplo de lisura, mas que não passa de exemplo de ladroagem.
Mozarlândia - GO
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