Na hora da verdade, salve-se quem puder

Gerson Tavares

Estamos vendo o dia chegar e os réus estão apavorados. Todos querem salvar a própria pele e para isso não estão nem ai para o que vai acontecer com aquele que “antes”, era "companheiro de quadrilha".

E quem está sentindo hoje na pele toda a traição da bandidagem é o Delúbio Soares, que era um simples “cumpridor de ordens”, já que ele era o tesoureiro do PT e foi dentro desse partido que se instalou a maior quadrilha que já apareceu dentro de um governo.

Lógico que Delúbio é tão culpado quando qualquer outro quadrilheiro, mas também, colocar a culpa só nele já passa a ser uma afronta à sabedoria popular. Todos nós sabemos que se não existissem os chefes, as quadrilhas nem se formariam.

Existe uma tese dentro da defesa dos petistas que Delúbio é o único culpado por todos os desmandos naquela época. Já o Arnaldo Malheiros Filho, advogado do ex-tesoureiro petista, falou que tem como linha de defesa que ele apenas executava o que o comando da quadrilha decidia.

Mas pela tese dos “Josés”, tanto Dirceu como Genoino, Delúbio sempre foi o grande “armador das negociatas”. Genoino diz o seu trabalho dentro da sigla era só para resolver questões políticas e o Dirceu era apenas um ministro que de nada sabia, embora tudo acontecesse em sua sala, bem ao lado da sala do presidente Lula. Por tanto, toda a parte financeira era resolvida por Delúbio e assim sendo, ele é o culpado de tudo.  

Genoino só falava de política, Dirceu não falava em dinheiro e Delúbio era o “grande chefe da quadrilha”. Lógico que esse jogo de empurra só existe porque aconteceu a catástrofe, mas se tudo ficasse bem, até o Lula queria ser o “pai daquela criança”.

Depois dessa explanação toda, pelo que deu para notar, o Malheiros já andou se acertando com os “Josés”, porque logo depois daquela declaração à imprensa, ele explicou que quando falou que o seu cliente “só executava aquilo que era ordenado”, não foi bem assim que quis falar. 

O Delúbio também andou negociando o dinheiro e foi ele eu acertou detalhes com o Marcos Valério para a contratação de empréstimos. Com essa ressalva, Malheiros deixou uma grande brecha para que a coisa não aperte tanto para os “Josés”, e tudo ficará bem mais fácil para os “chefões da quadrilha”.

Mas como a Justiça é séria, parece que o dia 2 de agosto será o início de uma “nova era”. E nós, esperamos que ali no STF todos os culpados sejam condenados, que todos os culpados sejam afastados, não só da política, mas também do meio da sociedade.

É hora de melhorar o nível moral do País.