segunda-feira, 23 de julho de 2012


Eduardo Paes não é bom de contas

Gerson Tavares




Estou chegando à conclusão que ser político é um sacerdócio. De uns tempos para cá, quase todo político fica mais pobre quatro anos depois de tomar posse em algum cargo eleitoral.

Depois que o César Maia colocou em sua declaração que não tem bens porque doou tudo para os parentes e outros tantos que também estão sem ou quase sem bens, agora aparece o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, do PMDB, e declara à Justiça Eleitoral que teve uma drástica redução de patrimônio nos últimos quatro anos, isso, apesar dos lucros obtidos com venda de imóveis durante esse período que esteve à frente do município. Sendo que Paes não doou bem algum para parente ou coisa assim.

Então é chegada a hora de analisarmos como isso pode acontecer. E olhando os dados do “prefeitinho do mal”, que é candidato à reeleição, está lá, nos documentos enviados ao TER (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, que seu patrimônio reduziu em 15% comparado ao declarado há quatro anos.

Quando da eleição passada Eduardo Paes apresentou a estimativa em torno dos R$ 390.372,87 e ele agora declara bens de R$ 330.112,69. Deste valor, a maior parte está aplicada em fundo de renda fixa, segundo dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Comparando as duas declarações, na declaração que foi entregue agora, não constam mais, cinco imóveis no centro e zona oeste da cidade, e um automóvel. Sabe-se que a venda deles gerou lucro de 39%, já descontado imposto sobre ganhos em venda de imóveis. E isso foi declarado pelo próprio prefeito.

Mas político sempre tem uma desculpa e parece que o Eduardo tem em equipe um cargo que já é chamado de “assessor das desculpas”. Ao ser questionada sobre essa redução no patrimônio, mesmo com o lucro na venda de imóveis, a assessoria de campanha do prefeito tranquilamente falou que ela ocorreu por conta na queda dos vencimentos do Eduardo Paes.

Para justificar eles colocaram que o salário bruto de prefeito do Rio é de R$ 13.299,24, o que rende liquido R$ 10.086,67. Como o salário do deputado federal em 2006, o último ano em que esteve na Câmara, era de R$ 16.500 e o vencimento de secretários estaduais no Rio em 2008, que foi o último ano em que ocupou a pasta de Esporte e Turismo, era de R$ 12,9 mil, acha a assessoria que a perda foi muito grande, mas ela esquece que o Eduardo Paes mora durante o seu mandato como prefeito na Gávea Pequena, que é residência oficial do governo municipal, e sendo assim, tem hoje os gastos “bem” reduzidos.

Agora, para tentar justificar, Eduardo Paes está mandando para a imprensa a lista com nome dos compradores e valor pago por cada imóvel e o carro. Avaliados em R$ 386.581 em 2008, eles foram vendidos nos últimos quatro anos por valor total de R$ 558 mil. Ali está que Eduardo Paes era proprietário de duas salas no edifício comercial Meta Office Building, em Jacarepaguá, zona oeste, avaliadas em R$ 107.097,91, segundo relação de bens de 2008. Elas foram vendidas em dezembro de 2009 por R$ 230 mil à empresária Fernanda Matta de Araújo, que confirmou a negociação.

Mais uma sala, esta num centro comercial na Barra (também zona oeste) e que também fazia parte do patrimônio do prefeito em 2008. Ela foi vendida por R$ 185 mil em 2010. O imóvel fora avaliado, em 2008, em R$ 150 mil.

Eduardo era proprietário ainda da metade de duas salas no centro da cidade e que foram vendidas ao seu próprio pai, Valmar Paes, por R$ 50 mil cada. Em 2008, haviam sido avaliadas em R$ 32.626 cada.

A venda de um carro Corola deu prejuízo a Eduardo já que ele foi avaliado em R$ 64.360 em 2008, mas na venda não deu mais que R$ 43 mil.

Assim enumeradas as transações comerciais de Eduardo, quando mesmo lucrando pouco mais de R$ 150 mil, já descontado o imposto de lucro imobiliário, ele diz que o seu patrimônio foi reduzido, das duas uma, ou ele não sabe fazer conta, ou foi garfado por alguém.

Se apesar do ganho com as negociações, Eduardo Paes declarou redução no próprio patrimônio, imagina a prestação de contas da prefeitura? 





2 comentários:

Norma Lídia Fontoura disse...

Esse Eduardo Paes é malandro como que. Gostaria que ele mostrasse as contas que o seu contador fez para que mais e mais d~e um resultado menor.
É mágica ou então é trambique. Como mágico não só ilude, foi trambique mesmo.
Barra da Tijuca

Carlos Marques disse...

Esse cara teve escola e pelo que dá para notar, passou com nota máxima.
Golpista e não tem vergonha das mentiras e essa declaração de bens é só mais uma mentira deslavada.
Flamengo - Rio