Eduardo
Paes não é bom de contas
Gerson
Tavares
Estou
chegando à conclusão que ser político é um sacerdócio. De uns tempos para cá,
quase todo político fica mais pobre quatro anos depois de tomar posse em algum
cargo eleitoral.
Depois
que o César Maia colocou em sua declaração que não tem bens porque doou tudo
para os parentes e outros tantos que também estão sem ou quase sem bens, agora
aparece o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, do PMDB, e declara
à Justiça Eleitoral que teve uma drástica redução de patrimônio nos últimos
quatro anos, isso, apesar dos lucros obtidos com venda de imóveis durante esse
período que esteve à frente do município. Sendo que Paes não doou bem algum para parente ou coisa assim.
Então
é chegada a hora de analisarmos como isso pode acontecer. E olhando os dados do
“prefeitinho do mal”, que é candidato à reeleição, está lá, nos documentos enviados
ao TER (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, que seu patrimônio reduziu em 15%
comparado ao declarado há quatro anos.
Quando
da eleição passada Eduardo Paes apresentou a estimativa em torno dos R$
390.372,87 e ele agora declara bens de R$ 330.112,69. Deste valor, a maior
parte está aplicada em fundo de renda fixa, segundo dados divulgados pelo TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
Comparando
as duas declarações, na declaração que foi entregue agora, não constam mais, cinco imóveis no centro e zona oeste da cidade, e um automóvel. Sabe-se que a
venda deles gerou lucro de 39%, já descontado imposto sobre ganhos em venda de
imóveis. E isso foi declarado pelo próprio prefeito.
Mas
político sempre tem uma desculpa e parece que o Eduardo tem em equipe um cargo
que já é chamado de “assessor das desculpas”. Ao ser questionada sobre essa
redução no patrimônio, mesmo com o lucro na venda de imóveis, a assessoria de
campanha do prefeito tranquilamente falou que ela ocorreu por conta na queda
dos vencimentos do Eduardo Paes.
Para
justificar eles colocaram que o salário bruto de prefeito do Rio é de R$
13.299,24, o que rende liquido R$ 10.086,67. Como o salário do deputado federal
em 2006, o último ano em que esteve na Câmara, era de R$ 16.500 e o vencimento
de secretários estaduais no Rio em 2008, que foi o último ano em que ocupou a
pasta de Esporte e Turismo, era de R$ 12,9 mil, acha a assessoria que a perda
foi muito grande, mas ela esquece que o Eduardo Paes mora durante o seu mandato
como prefeito na Gávea Pequena, que é residência oficial do governo municipal,
e sendo assim, tem hoje os gastos “bem” reduzidos.
Agora,
para tentar justificar, Eduardo Paes está mandando para a imprensa a lista com
nome dos compradores e valor pago por cada imóvel e o carro. Avaliados em R$
386.581 em 2008, eles foram vendidos nos últimos quatro anos por valor total de
R$ 558 mil. Ali está que Eduardo Paes era proprietário de duas salas no
edifício comercial Meta Office Building, em Jacarepaguá, zona oeste, avaliadas
em R$ 107.097,91, segundo relação de bens de 2008. Elas foram vendidas em
dezembro de 2009 por R$ 230 mil à empresária Fernanda Matta de Araújo, que
confirmou a negociação.
Mais
uma sala, esta num centro comercial na Barra (também zona oeste) e que também
fazia parte do patrimônio do prefeito em 2008. Ela foi vendida por R$ 185 mil
em 2010. O imóvel fora avaliado, em 2008, em R$ 150 mil.
Eduardo
era proprietário ainda da metade de duas salas no centro da cidade e que foram
vendidas ao seu próprio pai, Valmar Paes, por R$ 50 mil cada. Em 2008, haviam
sido avaliadas em R$ 32.626 cada.
A
venda de um carro Corola deu prejuízo a Eduardo já que ele foi avaliado em R$
64.360 em 2008, mas na venda não deu mais que R$ 43 mil.
Assim
enumeradas as transações comerciais de Eduardo, quando mesmo lucrando pouco
mais de R$ 150 mil, já descontado o imposto de lucro imobiliário, ele diz que o
seu patrimônio foi reduzido, das duas uma, ou ele não sabe fazer conta, ou foi
garfado por alguém.
Se
apesar do ganho com as negociações, Eduardo Paes declarou redução no próprio patrimônio,
imagina a prestação de contas da prefeitura?
2 comentários:
Esse Eduardo Paes é malandro como que. Gostaria que ele mostrasse as contas que o seu contador fez para que mais e mais d~e um resultado menor.
É mágica ou então é trambique. Como mágico não só ilude, foi trambique mesmo.
Barra da Tijuca
Esse cara teve escola e pelo que dá para notar, passou com nota máxima.
Golpista e não tem vergonha das mentiras e essa declaração de bens é só mais uma mentira deslavada.
Flamengo - Rio
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